O dólar abriu em alta, acompanhando a tendência no exterior em manhã de liquidez reduzida, sem negócios em Nova York por causa de feriado nos Estados Unidos nesta segunda-feira, 19. Mas a moeda norte-americana inverteu o sinal e passou a cair ante o real com relatos de entrada de fluxo comercial.
O diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, afirma que houve vendas de exportadores no mercado à vista nos primeiros negócios, após a subida do dólar à máxima intradia de R$ 4,8299 (+0,21%).
Na mínima, a moeda americana caiu a R$ 4,7920 (-0,57%).
Rugik acrescentou que o mercado de câmbio também ajusta-se à perda de força do dólar frente a alguns pares emergentes do real. O dólar passou a cair ante o rand sul africano e diminuiu ganho ante o peso mexicano, em meio à instabilidade do petróleo, que ensaiava leve alta há pouco, declarou.
No radar, por aqui, estão novos cortes nas projeções para o IPCA até 2026 no boletim Focus, em meio a expectativas pela decisão e o comunicado do Copom, na quarta-feira. Segundo analistas, o Banco Central pode sinalizar espaço para início de corte de juros. Na Focus, o mercado passou a prever deflação no IPCA de junho e a 1ª queda da taxa Selic em agosto, de 25 pontos-base, de 13,75% para 13,50% ao ano.
Operadores de câmbio têm afirmado que mesmo que o dólar suba um pouco, o diferencial do juro doméstico, ainda que se mantidas as previsões de mais altas do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e baixa sustentada da Selic, segue atrativo e o fluxo comercial pode continuar favorável, limitando o espaço de recuperação do dólar ante o real.
No exterior, o dólar opera em alta ante outras moedas principais, depois de acumular perdas na última semana, em dia de liquidez restrita em meio a um feriado nos EUA e de agenda relativamente fraca.
Nesta semana, a agenda tem como destaque a participação do presidente do Fed, Jerome Powell, em duas audiências no Congresso norte-americano. O Banco do Povo da China (PBoC) anuncia decisão de juros no fim da noite de hoje e o Banco da Inglaterra (BoE), na quinta-feira.
Há expectativas de eventual corte de juros de longo prazo na China para estimular a economia e de nova alta de juros pelo BOE para combater a inflação resistente no Reino Unido.
Às 10h08, o dólar à vista caía 0,47%, a R$ 4,7970, ampliando queda em junho para 5,44% e, neste ano, para cerca de 9,15%. O dólar para julho recuava 0,43%, a R$ 4,8080.