Depois de ter acumulado ganhos acima de 2% na semana, em um ambiente de incertezas e forte alta dos juros nos Estados Unidos, o dólar se mantém em baixa ante o real desde a abertura dos negócios desta sexta-feira, 29. A correção é favorecida pela inflação abaixo do esperado na zona do euro e de índices norte-americanos que vieram melhores que o previsto.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos teve alta de 0,4% em agosto, contra previsão de 0,5% dos analistas. Com isso, o mercado local passou a precificar maior chance de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manter os juros inalterados até o final do ano. A queda do dólar é um sintoma desse ambiente de menor estresse.
Apesar da correção, a divisa americana mostra resistência no patamar dos R$ 5. Na mínima do dia, o dólar à vista chegou a bater os R$ 4,9919, mas voltou a subir a partir dessa marca.
No mercado futuro, o dólar para liquidação em novembro, que passa a concentrar a liquidez dos negócios, teve mínima aos R$ 5,0135.
Um dos fatores que impedem uma queda mais pronunciada hoje é a disputa de investidores pela formação da taxa Ptax do último dia do mês. Mas analistas apontam que o patamar dos R$ 5 deverá ser considerado como novo piso do dólar a partir de agora.
"Podemos riscar o dólar a R$ 4,90 ou R$ 4,80 que tínhamos há pouco tempo. Não por fatores domésticos, mas porque o cenário inflacionário nos Estados Unidos persiste. Com o diferencial de juros entre Brasil e EUA em queda, é natural que haja um novo intervalo de oscilação do dólar, provavelmente entre R$ 5,00 e R$ 5,05", disse Rafael Ramos, sócio e diretor de Derivativos e Câmbio da VEX Capital.
Às 10h53, o dólar à vista era cotado a R$ 5,0164, em baixa de 0,46%. O dólar futuro para novembro cedia 0,44%, aos R$ 5,0365.