Estadão

Dólar cai de olho em C/C e à espera de dados dos EUA, falas de Fed e Campos Neto

O dólar opera em baixa no mercado à vista na manhã desta sexta-feira, 24, em linha com a desvalorização externa da moeda americana ante pares rivais e várias divisas emergentes e ligadas a commodities. O ajuste é limitado por alta dos rendimentos dos Treasuries em meio a incertezas sobre corte de juros neste ano nos EUA, após os PMIs americanos em maio acima do esperado na quinta, 23. As encomendas de bens duráveis nos EUA subiram 0,7% em abril ante março, superando a previsão de queda de 0,6%.

Investidores locais digerem os dados sobre transações correntes no País e de investimentos estrangeiros diretos em abril, enquanto aguardam palestras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em seminário do FGV Ibre, no Rio (14h), onde o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Paulo Picchetti, também falará à tarde. É aguardada também a aprovação pelo Conselho de Administração (CA) da Petrobras de Magda Chambriard como conselheira e, em seguida, sua nomeação como presidente da estatal.

O resultado das transações correntes no Brasil em abril mostrou déficit de US$ 2,515 bilhões, superando as estimativas mais pessimistas, que indicavam resultado negativo de US$ 2,492 bilhões. O Investimento Direto no País (IDP) também frustrou ao somar US$ 3,867 bilhões, abaixo da mediana das estimativas (US$ 4,65 bilhões).

O Banco Central (BC) informou também que o fluxo cambial total no País está negativo em US$ 755 milhões em maio até o dia 22. A cifra é resultado de um fluxo comercial positivo de US$ 1,671 bilhão e de um fluxo financeiro negativo de US$ 2,426 bilhões no período.

Após duas altas consecutivas, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 4 pontos em maio, a 89,2 pontos, na série com ajuste sazonal, informou mais cedo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em abril, o indicador havia atingido 93,2 pontos. Com o resultado, a média móvel trimestral do índice caiu 0,2 ponto. Segundo a FGV, o desastre no Estado do Rio Grande do Sul, que permanece há semanas às voltas com alagamentos, derrubou a confiança do consumidor brasileiro em maio via deterioração das expectativas, uma vez que a avaliação sobre o momento atual ficou estável.

O IPC-S acelerou em 4 das 7 capitais pesquisadas na 3ª quadrissemana de maio.

Nos EUA, são esperados ainda indicadores de confiança do consumidor e expectativas de inflação (11h), além de comentários do diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, em conferência do BC da Islândia (10h20).

Vale lembrar que, na próxima semana, haverá feriados de Memorial Day, nos EUA na segunda-feira e de Corpus Christi, no Brasil, na quinta-feira. E na sexta que vem haverá a disputa técnica em torno da formação da última taxa Ptax de maio no mercado de câmbio.

Às 9h37, o dólar à vista caía a R$ 5,1325 (-0,42%). O dólar para junho cedia 0,22%, a R$ 5,1325.

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