O dólar enfrentou períodos de instabilidade na manhã desta quinta-feira, mas segue com predominância do sinal negativo. Depois da alta de 2,89% registrada ontem, no ápice da tensão com a crise político-institucional, as cotações passam por correção, embora já tenham flertado com a alta algumas vezes.
Segundo profissionais de câmbio, exportadores aproveitam os preços mais favoráveis para vender seus dólares. E o cenário internacional também é de enfraquecimento da divisa dos Estados Unidos. Por outro lado, a percepção de risco institucional segue incentivando a manutenção de posições defensivas.
"Há no mercado a certeza de que não há clima para avanço de reformas e a tendência é o dólar passar a ser negociado em patamares mais elevados", disse Ricardo Gomes da Silva, diretor da corretora Correparti.
Mas atenções também se voltam ao cenário externo, que tem como principal destaque a decisão de política monetária do Banco Central da Europa (BCE).
O BC europeu manteve inalteradas as taxas básicas da economia, mas anunciou que as compras do Programa de Compras de Emergência na Pandemia (PEPP) serão conduzidas em ritmo "moderadamente mais lento". Segundo a instituição, as compras do PEPP vão continuar até "pelo menos" março de 2022. O euro bateu máximas em relação ao dólar logo após a divulgação da decisão do BCE.
Às 10h26, o dólar à vista era negociado a R$ 5,2919, com baixa de 0,64%.
No mercado futuro, o dólar para liquidação em outubro recuava 0,23%, aos R$ 5,3115. O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, tinha baixa de 0,15%.