Estadão

Dólar fecha em baixa, pressionado por CPI e com perspectivas para aperto do Fed

O dólar operou em forte baixa hoje ante rivais, em uma sessão marcada pela publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano em novembro. A desaceleração na inflação, com uma alta no marcador abaixo da esperada por analistas, reforçou as perspectivas de menor aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed). Para a decisão da autoridade amanhã, foi consolidada uma expectativa por um aumento de juros de 50 pontos base, abaixo dos anteriores. No caso do euro e da libra, o desempenho das moedas nesta semana deve ser afetado ainda pelas respectivas decisões de seus bancos centrais.

No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 135,56 ienes, o euro apreciava a US$ 1,0634 e a libra tinha alta a US$ 1,2367. O índice DXY, que mede a variação da divisa ante seis rivais, caiu 1,09%, a 103,980 pontos.

O CPI americano avançou 0,1% em novembro ante outubro, e mostrou alta anual de 7,1%. O núcleo, por sua vez, subiu 0,2% e 6,0%, respectivamente, nas mesmas comparações. As leituras vieram abaixo do que analistas consultados pelo <b>Projeções Broadcast</b> estimavam. Na visão da Convera, "embora a inflação esteja se movendo na direção certa, ela ainda tem um longo caminho a percorrer até o destino de 2% do Fed. A inflação mais baixa defende que as taxas de juros dos EUA cheguem a um pico abaixo de 5%, o lado dovish das expectativas que é negativo para o dólar e positivo para Wall Street", avalia.

Segundo a avaliação, o euro pode ver mais volatilidade bidirecional nas próximas 48 horas com dados dos EUA e a reunião do Fed, além de um aumento esperado dos juros do Banco Central Europeu (BCE) nesta quinta-feira para 2%, de 1,5% ainda por vir.

Hoje, entre as moedas das economias desenvolvidas, destaque na valorização foi o iene, que foi o ativo que mais perdeu valor no grupo ao longo dos últimos meses. Para o Rabobank, a queda na cotação do dólar ante a moeda japonesa diminuiu a especulação de que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) será forçado a jogar a toalha em sua postura de política monetária acomodatícia em breve. "A próxima reunião de política do BoJ está agendada para 20 de dezembro e é provável que a confirmação da política estável. Dito isso, fala-se muito no mercado de que o BoJ pode ajustar suas configurações de política já em meados de 2023", avalia o banco holandês.

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