O dólar passou a subir, após abrir esta segunda-feira, 5, com viés de baixa em meio à alta de commodities (petróleo e minério de ferro). A moeda americana estava volátil por volta das 9h30 e rondava a estabilidade, com viés de alta, em meio a uma liquidez reduzida hoje pelo feriado nos Estados Unidos, que mantém os mercados fechados em Nova York nesta segunda.
No exterior, o dólar está misto, mas mostra viés de alta frente pares principais e ante o peso mexicano, que tem forte correlação com o real, após a queda do PMI composto da China em junho ao menor valor em 14 meses. Já o euro e a libra avançam ante o dólar após bons dados de PMIs europeus. O euro e a libra avançam ante o dólar após bons dados de PMIs europeus, mas a divisa americana cede ante o iene japonês, que também repercute avanço do PMI do país, em vez de queda como apontava leitura preliminar.
Investidores locais ajustam posições de olho na crise política interna. Operadores afirmam que estão sendo monitoradas notícias como as gravações sobre envolvimento de Jair Bolsonaro em esquema de "rachadinha" antes da ascensão à Presidência da República e novas denúncias envolvendo o esquema da compra de vacinas pelo governo federal. Além disso, manchete do <i>Estadão</i> desta segunda-feira mostra que o governo de Jair Bolsonaro voltou a disponibilizar recursos via orçamento secreto, caso do "Tratoraço", e autorizou o repasse de R$ 2,1 bilhões em emendas do relator-geral do Orçamento para fundos municipais de saúde. A transferência das verbas está prevista em 28 portarias assinadas na semana passada, entre 28 e 30 de junho, pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Outro embate do governo de Jair Bolsonaro é sobre a reforma tributária, cuja articulação governista promete a votação de forma rápida, antes do recesso parlamentar. Contra a reforma e uma célere discussão dos detalhes da proposta, a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo marcou posição. "Há claro aumento da complexidade e do custo tributário brasileiro", diz nota da frente.
Os agentes de câmbio olharam ainda as novas projeções na Pesquisa Focus para IPCA e Selic em 2022. O Relatório de Mercado Focus, divulgado hoje pelo BC, trouxe elevação do IPCA para 2021 de 5,97% para 6,07%. Já a projeção do IPCA para 2022 teve leve queda de 3,78% para 3,77%. A estimativa para a alta do PIB de 2021 passou de alta de 5,05% para 5,18%. A projeção da Selic no fim de 2021 não foi alterada (6,50%), mas a de 2022 subiu de 6,50% para 6,75% ao ano.
Às 9h42 desta segunda, o dólar à vista exibia viés de alta de 0,05%, a R$ 5,0556, após tocar em máxima a R$ 5,0661 e mínima, mais cedo, a R$ 5,0471. O dólar futuro para julho tinha viés de baixa de 0,05%, a R$ 5,0695, após cair a R$ 5,060 e subir a R$ 5,0805 (+0,17%).