O dólar passou a subir moderadamente na manhã desta segunda-feira, 13, em linha com o sinal predominante no exterior ante divisas rivais e emergentes ligadas a commodities, após cair nos primeiros negócios em meio alta de commodities. Há pouco, o petróleo tinha ligeira alta de cerca de 0,25%, mas o minério de ferro subiu 1,68% no mercado futuro de Dalian, cotado a US$ 132,57 por tonelada nesta segunda-feira.
Os investidores precificam alta dos juros futuros, sob influência do avanço nos rendimentos dos Treasuries em meio a preocupações fiscais do governo dos EUA, após ligeiro avanço nas expectativas para o IPCA de 2024 no boletim Focus e em meio à insegurança nos mercados sobre a meta de déficit primário zero em 2024, que pode ser alterada pelo governo nesta semana.
O Boletim Focus mostrou hoje que as expectativas para IPCA de 2024 novamente oscilaram um ponto-base para cima, de 3,91% para 3,92%. Há um mês, eram de 3,88%. Sobre o fiscal, o mercado ainda não está seguro de que não haverá uma mudança de meta para 2024.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem reunião convocada hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e outros ministros e, à tarde, recebe os líderes do Governo no Parlamento e a ministra do meio ambiente, Marina Silva.
Agências de classificação de risco avaliam que uma eventual mudança da meta, ainda que não leve a um rebaixamento das notas de crédito do Brasil, pode ser um começo com o pé esquerdo para o arcabouço que disciplina as contas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou na sexta-feira que não há uma "influência mecânica" entre a meta fiscal e a política monetária. Alertou, porém, que em um cenário de credibilidade fiscal, há maior chances de ancoragem monetária.
Para o ex-ministro da Fazenda e diretor de estratégia econômica e relações com mercados do banco Safra, Joaquim Levy, a mudança da meta agora pode ser precipitada.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou em 100 mil barris por dia (bpd) sua previsão de alta na demanda global por petróleo em 2023, para 2,5 milhões de bpd, segundo relatório mensal publicado hoje. Para o Brasil, manteve sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, em 2,5%.
O cartel também manteve sua projeção para 2024, esperando alta no PIB brasileiro de 1,2%. A organização elevou ainda em 25 mil bpd sua expectativa para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2023, para uma média de 4,1 milhões de bpd. O resultado representa um avanço de 400 mil bpd ante o ano anterior, e é influenciado pela produção "forte" vista em setembro, afirma o cartel.
Às 9h39, o dólar à vista subia 0,14%, a R$ 4,9213, após registrar máxima a R$ 4,9233 (+0,18%) e mínima, a R$ 4,9078 (-0,14%), na abertura. O dólar para dezembro subia 0,38%, a R$ 4,9305.