Estadão

Dólar inicia negócios em queda à espera de arcabouço e com realização no exterior

O dólar teve queda nos primeiros negócios da manhã desta quinta-feira, 9, em meio a otimismo com a possibilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva bater o martelo sobre o arcabouço fiscal no curtíssimo prazo, antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), nos dias 21 e 22 deste mês. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se com o presidente Lula no período da manhã e depois com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante almoço, às 12h30, na sede da Pasta, em Brasília.

Ontem, Tebet adiantou que a reunião com Haddad será para discutir a proposta do novo arcabouço fiscal. Segundo ela, o texto está finalizado, mas é preciso fazer análise sob a ótica do ministério que cuida do orçamento e do fiscal.

Os mercados locais ajustam-se também ao alívio da moeda americana em meio a sentimento de risco que deprime as bolsas europeias e futuros em Nova York.

Ontem, o índice DXY do dólar ante seis moedas rivais subiu pela terceira sessão seguida em meio a expectativas de novas altas por mais tempo dos juros nos EUA e após desaceleração da inflação ao consumidor (CPI) da China em fevereiro, anunciada hoje, que coloca em xeque o ritmo da recuperação da segunda maior economia mundial.

Um operador do mercado afirmou que os investidores estão realizando lucros antes da publicação do relatório de emprego de fevereiro dos Estados Unidos, o payroll, nesta sexta-feira, e do índice de inflação ao consumidor no país, na próxima semana. Ontem, o presidente do Fed, jerome Powell, falou na Câmara dos Representantes, repetiu o discurso que já havia transmitido a senadores na terça-feira, de que o Fed pode ampliar o ritmo de aperto e encerrar o ciclo com um juro terminal maior do que o previsto anteriormente.

No entanto, Powell modulou sua fala ante terça-feira e ponderou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) ainda pretende analisar os próximos dados de emprego (payroll) e inflação ao consumidor (CPI) antes de definir o ajuste do encontro deste mês. "Ainda não tomamos uma decisão sobre a reunião de março", disse, abrindo espaço para queda da moeda americana.

Às 9h14, o dólar à vista cedia a R$ 5,1235 (-0,32%). O dólar abril caía 0,42%, a R$ 5,1475.

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