O mercado de câmbio tem uma manhã de instabilidade, com o dólar alternando sinais de alta e baixa na primeira hora de negociação. Contabilizando três dias consecutivos de alta, nesta quinta-feira a moeda chegou a atingir máximas acima de R$ 5,72 no mercado à vista e de R$ 5,75 no futuro. Segundo operadores, os patamares elevados acabaram por atrair ordens de venda, com investidores realizando lucros recentes antes de uma possível intervenção do Banco Central, o que ainda não ocorreu este ano.
Na ata divulgada ontem, cujo tom foi considerado mais duro que o do comunicado anterior, o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) afirmou que seus dirigentes consideram que pode ser necessário "elevar os juros mais cedo e a ritmo mais rápido". E mais: alguns dirigentes até "consideraram apropriado reduzir o balanço após a alta de juros". A sinalização de uma combinação entre redução da oferta de liquidez e aumento de juros (maior atratividade para o mercado americano) pressionou o câmbio no Brasil e o dólar voltou a subir, depois de uma modesta realização de lucros registrada pela manhã.
No Brasil, chama a atenção o crescimento do movimento grevista de servidores, deflagrado depois da concessão de reajuste somente a policiais. Pesou a notícia de que 150 auditores-fiscais do Trabalho já deixaram postos de chefia ou coordenação, seguindo a toada de servidores da Receita Federal e do Banco Central, que entregaram cargos de chefia.
"Em boa parte o mercado já havia antecipado um tom duro do Fed e ontem alguns ativos, como a bolsa, sentiram bastante. Para hoje será importante observar como vão abrir as bolsas americanas", disse Marcos Trabbold, gerente de operações da B&T Corretora.
Às 10h25 desta quinta, o dólar à vista era negociado a R$ 5,6960, em baixa de 0,28%. No mercado futuro, a divisa para liquidação em fevereiro recuava 0,10%, aos R$ 5,7295.