O dólar opera em baixa no mercado doméstico, após duas altas seguidas, sintonizado à tendência no exterior nesta manhã. De acordo com operadores do mercado, os ajustes do dólar levam em conta viés de alta do rendimento dos Treasuries. A taxa da T-Note de dois anos nos EUA subia a 0,516%, de 0,507% no fim da tarde de ontem, enquanto o retorno da T-Note de dez anos estava quase estável, em 1,634%, de 1,633% no fim da tarde anterior, e o do T-Bond 30 anos avançava a 2,031%, ante 2,020%.
Os índices futuros de Nova York estão instáveis e sem direção única. Após indicadores fortes divulgados ontem nos EUA, como vendas no varejo e produção industrial em outubro, os investidores estão na expectativa por declarações de alguns dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), entre eles o presidente da distrital de Nova York, John Williams, ainda nesta manhã.
Alguns dos dirigentes têm argumentado que a redução nas compras de bônus ("tapering") poderia ocorrer mais rápido, diante da trajetória da inflação, enquanto outros afirmam que os preços devem desacelerar adiante, o que dá margem para juros mais baixos por mais tempo a fim de apoiar a retomada do emprego.
Outro fator no radar nos mercados de moedas é a definição sobre o comando do Federal Reserve. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou ontem à noite que espera ter uma decisão final sobre o comando do Federal Reserve (Fed) em quatro dias. Questionado por repórteres, o democrata indicou que a definição sobre uma potencial recondução de Jerome Powell à presidência do Fed ou da atual diretora da autoridade monetária Lael Brainard para o cargo deve ocorrer ainda nesta semana. Ambos foram entrevistados por Biden para o posto.
Biden também disse esperar que outro item de sua agenda econômica, a proposta de gastos sociais e ambientais, de US$ 2 trilhões, passe no legislativo nos próximos dias. Biden também defendeu o pacote de infraestrutura, que prevê cerca de US$ 1,2 trilhão em gastos públicos, já aprovado. Segundo ele, o maior investimento em 70 anos no país.
No mercado de câmbio, apesar do recuo do dólar nesta manhã, os investidores afirmam que paira um pano de fundo de cautela fiscal. Como temos acompanhado, a PEC não caminhará de forma tão célere no Senado quanto o governo esperava, o que vem abrindo brechas para novos ruídos em torno da proposta", avaliam economistas da Renascença DTVM, em nota nesta manhã.
O deputado federal João Roma (Republicanos-BA) disse ontem à tarde que reajustar os salários de servidores "não está no elenco" de ações pretendidas pelo governo a partir do espaço fiscal de R$ 91,6 bilhões que será aberto com a PEC. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro disse ontem pela manhã que já tinha conversado sobre a possibilidade com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O mercado está acompanhando, agora, as novas previsões de indicadores da Secretaria de Política Econômica (SPE). Ontem a queda de 0,27% no IBC-Br de setembro levou o mercado a revisar sua estimativa para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 0,3% para estabilidade, segundo a mediana levantada pelo Projeções Broadcast. A expectativa intermediária para o PIB de 2021 caiu a 4,8%, ante 5,0% na pesquisa anterior. A mediana para o PIB de 2022 recuou de 1,5% para 0,5%.
Às 9h45, o dólar à vista caía 0,35%, a R$ 5,4806. O dólar futuro para dezembro recuava 0,46%, a R$ 5,4940. O índice DXY, que compara o dólar ante seis divisas fortes, caía 0,10%, a 95,820 pontos e a moeda americana recuava 0,34% ante peso mexicano, entre outras divisas emergentes.