O dólar está oscilando entre margens estreitas e exibia viés de queda na manhã desta quarta-feira, 21. Os investidores ajustam posições de forma contida à aprovação, em primeiro turno, da PEC da Transição na Câmara, porque nesta terça-feira, 20, os ativos locais tiveram queda firme já antecipando esse desfecho.
A PEC será votada em segundo turno nesta quarta-feira pelos deputados e deve retornar para o Senado, que também pode apreciar as mudanças no texto e votar a proposta ainda nesta quarta-feira. A Câmara rejeitou um dos dois destaques, que tentou retirar da proposta o trecho que estende a Desvinculação de Recursos da União (DRU) até o fim de 2024. Já o destaque do Novo ficou para a sessão de hoje – e pretende manter a constitucionalidade da nova âncora fiscal.
O texto-base, aprovado por 331 votos a 168 em primeiro turno, encurta de dois para um ano o prazo de validade da ampliação do teto de gastos de R$ 145 bilhões. Parlamentares conseguiram manter o controle sobre parte das emendas de relator, o chamado orçamento secreto, em 2023. Metade dos quase R$ 20 bilhões será redistribuída por meio de emendas individuais e metade fica sob controle do governo eleito dentro do orçamento de 2023.
A PEC prevê que o governo envie até agosto um projeto de lei complementar para regulamentar a regra fiscal – para isso é necessário maioria simples para aval tanto na Câmara (257 deputados), quanto no Senado (41 senadores). Atualmente, para fazer a alteração, é necessário votar uma PEC (308 e 49, respectivamente).
A agenda local traz os dados de novembro de transações correntes, IDP (9h30) e de arrecadação federal (10h30). O presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o ex-ministro Aloizio Mercadante, reúnem-se na sede do BC em São Paulo (16h).
Está também no radar a votação do orçamento de 2023 antes do Congresso entrar em recesso, na quinta-feira. Na terça, os parlamentares aprovarem reajuste salarial para presidente, vice, ministros e Congresso, com efeito cascata para servidores, expandindo ainda mais os gastos públicos nos próximos anos.
Lá fora, o dólar se fortalece ante outras moedas principais, os juros dos Treasuries caem, após altas ontem, com persistentes temores de recessão na esteira do aperto monetário em curso nos Estados Unidos e Europa para combater a inflação. No pré-mercado em Nova York, a ação da Tesla sobe, após o CEO do fabricante de veículos elétricos, Elon Musk, afirmar que irá respeitar uma enquete que votou por sua saída do comando do Twitter.
Na terça-feira à noite, Musk tuitou que irá renunciar ao cargo no Twitter assim que encontrar "alguém tolo o suficiente para assumir o emprego". Ontem, o papel da Tesla sofreu um tombo de mais de 8%, se encaminhando para registrar o pior desempenho trimestral da história da empresa.
Há expectativas ainda pela leitura do Conference Board para a confiança do consumidor dos EUA em dezembro (12h) e uma reunião entre o presidente americano, Joe Biden, e sua contraparte ucraniana, Volodymyr Zelenski, em Washington (16h30). Após a reunião, ambos participarão de coletiva de imprensa, inicialmente marcada para 18h30.
Às 9h30, o dólar à vista rondava a estabilidade, a R$ 5,2042 (-0,05%). O dólar janeiro ganhava 0,06%, a R$ 5,2110.