O dólar superou a barreira dos R$ 5,25 ao longo da primeira etapa do pregão, marcada pela briga de formação da Ptax – a taxa que servirá de referência para o mercado – em um ambiente de aversão ao risco e pela ausência de grandes surpresas nos dados sobre inflação dos Estados Unidos divulgados mais cedo.
Os números inesperadamente fracos sobre a atividade econômica da China – um sinal potencialmente negativo às exportações de commodities – contribuíram para enfraquecer o real, que opera parcialmente descolado do movimento do exterior, onde o dólar cai em relação a algumas das moedas de países exportadores de matérias-primas, como o dólar canadense, mas sobe na comparação com outras, como o peso chileno.
Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, apontou que o mercado no momento está inclinado a uma taxa de câmbio mais alta diante das incertezas a respeito do cenário econômico. "Isso deixa as pessoas de sobreaviso, dá pressão para o dólar ficar com as taxas mais altas, para a manutenção de recursos nos Estados Unidos."
Fernando César, operador de câmbio da corretora AGK, avalia que o movimento do dólar está "um pouco fora da curva", e que o mercado vai se comportar de um modo diferente à tarde, quando já estará concluída a coleta dos boletins da Ptax. No entanto, não necessariamente o dólar devolverá os ganhos observados em relação ao real hoje. "Quando tem esses tipos de risco, o mercado de Ptax fica mais tomador."
Nas contas de Alef Dias, analista de inteligência de mercado e macroeconomia da Hedgepoint Global Markets, o valor justo do dólar no momento está em torno de R$ 5,15 e R$ 5,17, o que sugere haver espaço para uma correção no mercado de câmbio no curto prazo.
Por volta das 12h10, o dólar à vista subia 0,79%, a R$ 5,2496, com máxima intradia de R$ 5,2585. O contrato da moeda para julho, o mais negociado da sessão, avançava 0,79%, a R$ 5,2620, a R$ 5,2715.