Estadão

Dólar é pressionado por curva de Treasuries em meio a IPCA-15 mais fraco

O dólar opera em baixa sob influência externa e após a desaceleração maior que a esperada na alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de janeiro. Lá fora, a curva de juros dos Treasuries recua e o dólar cede também frente a seus pares rivais e várias moedas emergentes e ligadas a commodities, enquanto investidores aguardam a leitura de dezembro da inflação de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA (10h30), a medida preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para os preços e considerada o principal indicador do dia pelos investidores.

Os retornos dos títulos americanos e o dólar no exterior ainda ecoam a inflação PCE do quarto trimestre nos Estados Unidos, divulgada ontem, que voltou à meta de 2% no período de outubro a dezembro do ano passado, corroborando a tese de que o Federal Reserve cortará juros este ano, apesar da resiliência do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O IPCA-15 subiu 0,31% em janeiro, após ter avançado 0,40% em dezembro, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, a alta foi de 4,47%, abaixo da mediana esperada (4,63%), ante taxa de 4,72% até dezembro de 2023.

Por volta das 8 horas, o IBGE havia divulgado em seu site que a variação mensal do índice para o mês de janeiro tinha o valor de 0,31%, segundo economistas ouvidos pelo <i>Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A informação vazada circulou entre grupos de economistas no WhatsApp. Procurado, o IBGE informou que vai apurar o episódio.

A expectativa dos analistas financeiros é de que o resultado do IPCA-15 não deve alterar a perspectiva de corte de 50 pontos-base da taxa Selic, para 11,25%, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem, bem como nas próximas duas reuniões, mas pode orientar sobre e tamanho do ciclo de cortes no Brasil.

Do mesmo modo, o PCE americano não tende a alterar a perspectiva de manutenção da taxa dos Fed Funds na faixa de 5,25% e 5,50% ao ano, na reunião da próxima semana, segundo analistas, mas deve ajudar no ajuste sobre início do afrouxamento monetário nos EUA.

Às 9h38, o dólar à vista caía 0,18%, a R$ 4,9140. O dólar para fevereiro cedia 0,07%, a R$ 4,9170.

Posso ajudar?