O dólar opera em baixa, com a melhora dos mercados no exterior, após a forte reprecificação de alta de 0,75 pontos-base dos juros nos Estados Unidos nesta quarta-feira, 15. A moeda norte-americana, o petróleo e os juros dos Treasuries recuam, enquanto os mercados de ações em Nova York e na Europa sobem. Além da espera pelo desfecho das reuniões do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Comitê de Política Monetária do Banco Central, os investidores avaliam as deliberações da reunião emergencial realizada nesta manhã pelo Banco Central Europeu (BCE).
O euro e as bolsas da Europa diminuíram seus ganhos após a divulgação de um comunicado do BCE há pouco. No texto, a autoridade monetária reforça compromisso para agir contra o risco de fragmentação nos mercados de dívida da zona do euro.
Da reunião do Copom espera-se uma alta de 50 pontos-base da Selic, para 13,25% ao ano, com o comunicado deixando a porta aberta mais elevações.
O Banco Central esclareceu que o comitê deve utilizar os dados do Boletim Focus "como usual" Segundo o BC, o Focus é automatizado e os membros do Copom têm acesso aos dados atualizados em seu sistema de contingência durante a greve dos servidores do BC, que tem impedido as divulgações regulares da pesquisa.
No mercado de juros, por causa do feriado de Corpus Christi amanhã no Brasil, o Tesouro adiantou para hoje o leilão de LTN e NTN-F (11h00), que pode ser menor e não trazer pressão de alta, como de costume.
No radar também fica a possibilidade de a Petrobras anunciar ainda esta semana reajuste de combustíveis. Em comunicado ontem à noite, a estatal diz manter seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado.
O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que emissários do alto escalão do governo e a diretoria da Petrobras reuniram-se na noite de segunda-feira, 13, para tentar impedir o aumento de combustíveis.
Mais cedo, o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 0,74% em junho, após ter aumentado 0,10% em maio, abaixo da mediana (0,78%) das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta desde 0,48% a 0,92%.
O Broadcast apurou que o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, está de saída do governo Bolsonaro e deve deixar o comando da secretaria ao final do mês.
O aviso foi dado à sua equipe na noite de ontem, após a cerimônia de privatização da Eletrobras na B3.
De acordo com fontes presentes, Mac Cord afirmou que seu ciclo no governo federal estaria concluído com o desfecho da desestatização da estatal de energia.
Às 9h35, o dólar à vista caía 0,90%, a R$ 5,0873. O dólar para julho recuava 0,66%, a R$ 5,1080.