O dólar recua ante o real, após ata do Copom considerada mais dura que o comunicado da reunião da semana passada por parte do mercado. O ajuste no câmbio precifica também a queda externa do dólar ante moedas principais e algumas divisas emergentes e ligadas a commodities, como peso mexicano, peso chileno e rand sul africano, ecoando alívio com o setor bancário.
Além da sinalização de estabilidade ou até alta da Selic em 13,75% ao ano, em cenário de desancoragem das expectativas de inflação, as apostas majoritárias nos Estados Unidos são de manutenção de juros em maio, com chances de redução no segundo semestre. A tendência é de o juro real brasileiro continuar mais vantajoso aos investidores e isso sustenta as expectativas de ingressos de fluxo estrangeiro no País, abrindo espaço também para uma terceira baixa seguida do dólar ante o real nos primeiros negócios desta terça-feira, comenta um operador.
Na ata, o BC diz que a "desancoragem é relacionada a questionamento sobre possível alteração das metas" e que as expectativas de inflação seguiram no processo de desancoragem. "A credibilidade das metas é ingrediente fundamental do regime e contribui para o bom funcionamento do canal de expectativas", diz a ata. O BC também observa que "ainda que impacte ativos no curto prazo, o aperto contribui para desinflação crível e duradoura".
Sobre o arcabouço fiscal, o Ministério da Fazenda vai conversar com os líderes partidários da Câmara e do Congresso antes de divulgar o novo arcabouço fiscal, depois de o presidente Lula der o seu aval para a divulgação, disse ontem o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo.
De acordo com ele, a ideia de o arcabouço ser desafiador, porém, crível está muito associada aos parâmetros.
Também hoje, o Tesouro faz leilão de NTN-B e LFT (11h), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, participam de debate na Marcha dos Prefeitos (14h) e o diretor de Política Econômica e de Política Monetária do BC, Diogo Abry Guillen, faz palestra (11h).
Mais cedo, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) desacelerou a 0,18% em março, ante alta de 0,21% em fevereiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa acumulada em 12 meses pelo indicador passou de 8,76% para 8,17%.
Às 9h37, o dólar à vista caía 0,64%, a R$ 5,1733. O dólar para abril cedia 0,53%, a R$ 5,1770.