O dólar abriu em queda leve nesta sexta-feira, 1, reagindo a novos estímulos ao setor imobiliário e avanço do PMI industrial na China à zona de expansão em agosto e ao crescimento de 0,9% do PIB do Brasil no segundo trimestre, acima da mediana esperada pelo mercado (+0,3%). Os investidores também realizam lucros no mercado de câmbio, após alta de 4,69% do dólar em agosto, com investidores repercutindo ainda a Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) para 2024, e a entrevista com o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen.
Os ajustes são moderados em meio à espera da divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll (9h30), que deve ser o driver global do dia. A mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast aponta para criação de 175 mil empregos em agosto, ante 187 mil vagas abertas em julho.
Nos juros, as taxas futuras exibem viés de alta, com desconfianças no mercado sobre o cumprimento da meta fiscal zero para 2024, mas o recuo do dólar e dos rendimentos dos Treasuries limitam a correção da curva local.
Mesmo com voto divergente da maioria do Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, minimiza as críticas à decisão do colegiado de iniciar o processo de corte da taxa Selic com uma queda mais agressiva. Em entrevista exclusiva ao <b>Estadão/Broadcast</b> concedida na quarta-feira (30), Guillen destaca o papel do tamanho total do ciclo de redução de juros para a convergência da inflação ao centro da meta. Uma das maiores críticas do mercado à decisão do Copom de agosto foi o corte mais forte da Selic diante da sinalização de queda "parcimoniosa" em junho e da projeção de inflação de 2024 (3,4%) ainda acima da meta (3,0%).
"Acho que esse argumento ignora qual vai ser o tamanho do orçamento tamanho total do ciclo de queda. Há, claro, a primeira decisão de juros, mas também tem o orçamento de juros como estratégia de política monetária. E, como colocamos, o orçamento vai ser o que for necessário para o atingimento do centro da meta", disse.
Às 9h13 desta sexta, o dólar à vista caía 0,49%, a R$ 4,9270. O dólar para outubro cedia 0,64%, a R$ 4,9455.