Estadão

Dólar recua de olho em NY positivo e queda ante emergentes ligadas a commodities

O dólar ajusta-se em baixa na manhã desta quarta-feira, 26, após subir ontem. A moeda americana acompanha a tendência negativa ante outras divisas emergentes e ligadas a commodities, como peso mexicano, diante do apetite por risco que apoia alta dos futuros de Nova York.

Contudo, o índice DXY, que compara o dólar ante seis moedas rivais, opera em alta, depois de dirigentes do Federal Reserve admitirem ontem a possibilidade de início do debate sobre a retirada dos estímulos monetários para contar as pressões inflacionárias no país.

Após os sinais de que a inflação já afeta a recuperação americana, os investidores aguardam avanço nas negociações sobre novo pacote de apoio ao setor de infraestrutura dos EUA. Os senadores republicanos estão elaborando uma oferta de infraestrutura de quase US$ 1 trilhão para apresentar à Casa Branca no final desta semana. Trata-se de um aumento substancial de seu plano original de US$ 568 bilhões, na esperança de sustentar negociações bipartidárias que enfrentaram obstáculos na semana passada.

No mercado local, a revisão do Plano Anual de Financiamento (PAF) pelo Tesouro Nacional (14h30) fica no foco nesta quarta-feira, assim como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em live do canal MyNews (17h). Ontem, Campos Neto disse que "o cenário atual continua indicando para um processo de normalização parcial, com manutenção de algum estímulo monetário". A agenda traz ainda a nota do setor externo de abril (9h30) e os dados do Caged do mês passado, que serão comentados em entrevista do ministro da Economia, Paulo Guedes (12h30).

Na terça-feira, Guedes admitiu que pode haver prorrogação do auxílio emergencial, o que foi antecipado pelo <i>Estadão/Broadcast</i> no sábado. "Se a pandemia continuar conosco, temos que ir renovando as camadas de proteção. Se a pandemia recua, nós podemos já passar para o Bolsa Família (reformulado)", disse.

Guedes também afirmou que o governo irá reduzir o IPI sobre produtos de linha branca, outro ponto a ser monitorado em meio aos temores de que o governo caminhe cada vez mais para o populismo com a piora da popularidade do presidente Jair Bolsonaro e eleições em 2022, ameaçando o cenário fiscal.

Sobre o PAF, analistas do mercado esperam que o Tesouro Nacional aumente a parcela de títulos indexados à inflação e diminua os prefixados na revisão do PAF, se alinhando ao movimento visto nas emissões dos últimos dez leilões diante das preocupações com a inflação e com ciclo de alta da Selic em curso.

Às 9h22 desta quarta, o dólar à vista caía 0,49%, a R$ 5,3108. O dólar futuro para junho recuava 0,50%, a R$ 5,3130.

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