Estadão

Dólar recua em linha com exterior em meio a BCE e IGP-M fraco

O dólar opera em baixa nesta quinta-feira, 19, precificando a desaceleração do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) a 0,39% na segunda prévia de maio, de 1,85% na mesma prévia de abril, além das perdas da moeda americana ante pares principais e divisas emergentes no exterior no período da manhã.

Investidores continuam reduzindo posições cambiais porque a elevada taxa de juros no Brasil tem atraído capitais de curto prazo para "<i>carry trade</i>", o que torna alto o custo de carregamento de posições cambiais compradas no mercado futuro, afirmam os profissionais das mesas de operação.

Mas, preocupações dos investidores com a inflação global, alta de juros por BCs, principalmente dos EUA, e a situação da covid-19 na China realimentam a aversão a risco e quedas das bolsas internacionais, do Ibovespa futuro e dos rendimentos dos Treasuries (com alta respectiva de preços).

O petróleo exibe quedas de 2,17% em NY e de 1,70% em Londres há pouco, mas o preço do minério de ferro negociado em Qingdao, na China, fechou em alta de 0,64% nesta quinta-feira, 19, para US$ 127,57 a tonelada, de acordo com a Fastmarket. Perspectivas de retomada da demanda pela commodity a partir de possíveis estímulos chineses à infraestrutura animaram o mercado.

O euro fortaleceu levemente a alta ante o dólar, após a divulgação da ata referente à mais recente reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Segundo o documento, na reunião de política monetária do BCE no mês passado, dirigentes reforçaram que os juros podem ser elevados "algum tempo" depois do final das compras de ativos, que deve terminar no início do terceiro trimestre (agosto).

Segundo a ata referente ao encontro, isso pode significar algumas semanas ou meses após a conclusão do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). "A abordagem não impede um aumento oportuno das taxas se as condições assim o justificarem", ressalta o documento.

Boa parte dos integrantes do BCE manifestou preocupação com a recente escalada da inflação na zona do euro, de acordo com o relatório. Em abril, a taxa anual de inflação na região se manteve no nível recorde histórico de 7,4%.

Às 9h16, o euro subia a US$ 1,0519, de US$ 1,0526 após a ata do BCE. O índice DXY do dólar ante seis divisas principais caia 0,48%, a 103,316 pontos, ante 103,291 pontos (-0,50%) registrados após a divulgação do documento de política monetária.

Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego subiram 21 mil na semana encerrada em 14 de maio, a 218 mil, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quinta pelo Departamento do Trabalho. O resultado ficou acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam 200 mil solicitações.
O total de pedidos da semana anterior foi revisado para baixo, de 200 mil a 197 mil.

Às 9h43, o dólar à vista caía 0,87%, para R$ 4,9384. O dólar futuro para junho recuava 0,66%, a R$ 4,9515.

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