O dólar opera em baixa no mercado à vista, após acumular valorização de 0,85% na semana passada e de 0,55% neste mês. O mercado de câmbio está alinhado à desvalorização do índice DXY do dólar ante seis divisas principais e também da moeda americana frente outras divisas emergentes e ligadas a commodities, em meio a otimismo com a China, após ganho de fôlego tanto na atividade industrial quanto em serviços no país em maio, além de uma realização com o dólar.
A moeda americana subiu na sexta-feira no exterior com apostas ampliadas em alta de juros pelo Federal Reserve, incluindo 0,50 ponto em setembro, após o forte payroll de maio. A economia dos Estados Unidos criou 390 mil empregos em maio, acima da expectativa de geração de 328 mil vagas. A presidente da distrital do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse na sexta-feira que pode haver altas de 50 pontos-base também sem setembro, a depender dos indicadores.
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da China avançou de 37,2 em abril para 42,2 em maio, de acordo com pesquisa divulgada pela S&P Global e a Caixin Media. Abaixo da marca de 50, que separa a expansão da contração, o PMI registrou o terceiro mês seguido de contração. Divulgado no mesmo levantamento, o PMI de serviços subiu de 36,1 em abril para 41,4.
Os investidores locais analisam também a atualização parcial da pesquisa Focus, divulgada mais cedo pelo Banco Central, e a palestra do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, em evento sobre criptomoedas.
Mesmo diante da contínua piora do cenário inflacionário, a projeção para a Selic – a taxa básica de juros – no fim deste ano continuou em 13,25%, segundo a atualização parcial do Relatório de Mercado Focus, considerando as projeções feitas até a última sexta-feira (3/6). Essa já era a mediana na última divulgação da Focus, em 2 de maio.
A mediana para o IPCA, o índice de inflação oficial, de 2022 no documento ficou em 8,89% considerando as projeções atualizadas até sexta-feira, 3 de junho, contra 7,89% na última divulgação da pesquisa, em 2 de maio. A estimativa de IPCA para 2023, foco principal da política monetária, ficou em 4,39%, contra 4,10% no último Focus (referente a 30 de abril).
Para 2022, a projeção na Focus segue muito acima do teto da meta (5,00%), sinalizando o segundo ano consecutivo de descumprimento do mandato do Banco Central (BC). A mediana para 2023 também mostra risco de novo rompimento, já que está mais próxima do limite superior (4,75%) do que do centro da meta (3,25%). Para o câmbio, a mediana para este ano é de R$ 5,05, ante R$ 5,00 no último Focus divulgado, em 2 de maio. Para 2023, também ficou em R$ 5,05, de R$ 5,04. Considerando apenas as respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o câmbio no fim deste ano ficou em R$ 5,05 e para 2023 em R$ 5,10.
Há pouco, Campos Neto, disse que o movimento de "tokenização" da economia é a principal tendência à frente, mais do que próprio debate em torno de criptoativos e CBDC (Moeda Digital do Banco Central, na sigla em inglês).
Às 9h59, o dólar à vista caía 0,11%, a R$ 4,7734, na máxima do dia. O dólar para julho recuava 0,07%, a R$ 4,8095.