O dólar opera em baixa na manhã desta segunda-feira, 26, espelhando a desvalorização no exterior, após alta na sexta-feira. Os investidores ajustam posições em meio a temores renovados de recessão no mercado internacional.
O boletim Focus contribui com a relativa estabilidade dos juros futuros, após novas reduções nas estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023, 2024 e 2026 e altas nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) neste e no próximo ano, que podem reforçar as apostas em corte da Selic em breve.
Na sexta-feira, as taxas de juros recuaram em meio a comentários no mercado de que o Copom deve amenizar o tom do comunicado na ata que sairá na terça-feira, quando será divulgado também o IPCA-15 de junho.
Na Focus, a mediana das estimativas para o IPCA passou de 5,12% para 5,06% (2023), saiu de 4,00% para 3,98% (2024), seguiu em 3,80% (2025) e foi a 3,72% para 2026 (ante 3,80%). A mediana do PIB em 2023 subiu de 2,14% para 2,18%, contra 1,26% há um mês, e para 2024, mostrou viés de alta, de 1,20% para 1,22%, contra 1,30% de um mês atrás.
Considerando apenas as 106 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 cedeu de 1,19% para 1,17%.
Quanto à Selic, as estimativas foram mantidas em todos os intervalos, com a deste ano seguindo em 12,25%, após o Copom manter a taxa em 13,75% ao ano na semana passada. A previsão para a taxa de câmbio para 2023 segue em R$ 5,00 e permanece em R$ 5,10 para 2024.
Os dados tendem a corroborar as expectativas de desaceleração do IPCA-15 de junho, que será informado na terça. O mercado estima ainda um tom menos duro na ata do Copom, no sentido de indicar quando o juro básico começará a cair, se em agosto ou em setembro.
Mais cedo, o Banco Central informou que o saldo em conta corrente ficou superavitário em US$ 649 milhões em maio, com o IDP alcançando US$ 5,380 bilhões.
No exterior, o índice IFO de sentimento das empresas da Alemanha caiu a 88,5 em junho, ficando abaixo do esperado. Além disso, a agência S&P GLobal rebaixou a previsão de crescimento do PIB da China para 5,2% em 2023, após dados de atividade econômica fracos, altas de juros na Europa e novos sinais de elevações pelo Fed na semana passada.
Às 9h37, o dólar à vista tinha viés de baixa de 0,06%, a R$ 4,7748. Na abertura, houve ligeira alta pontual à máxima aos R$ 4,7848 (+0,14%), após a moeda americana ter avançado a R$ 4,7779 na sexta-feira, mas ainda nos menores níveis desde maio do ano passado.
Na última semana, o dólar acumulou perdas de 0,87% e em junho recuo 5,82%. Já o petróleo avança moderadamente, depois de acumular perdas de 3,85% no barril do WTI e de 2,95% no do Brent na semana passada, na esteira de dados de atividade econômica fracos, altas de juros por BCE e Banco da Inglaterra e sinais de novas elevações pelo Fed nos EUA minarem o sentimento de risco dos investidores.
O dólar para julho recuava 0,34%, a R$ 4,7780.