O dólar opera em baixa na manhã desta terça-feira, 27, acompanhando a tendência externa da curva de Treasuries e da moeda americana frente a pares rivais e várias divisas emergentes ligadas a commodities. Há esperanças entre os agentes financeiros de que novas medidas de estímulos sejam anunciadas durante as sessões plenárias anuais do governo chinês, no início de março.
Segundo o Nikkei Asia, os maiores bancos comerciais da China estão preparados para conceder mais de 130 bilhões de yuans (US$ 18 bilhões) em financiamentos para projetos imobiliários, mostram novas divulgações, em resposta ao último apelo do governo por apoio ao problemático setor imobiliário do país. O novo programa de empréstimos segue esforços anteriores liderados pelo Estado para mobilizar financiamento para o setor. Com esse apoio em vigor, as ações do setor imobiliário estão mostrando sinais de que o pior já passou. Mas a expansão dos empréstimos às construtoras expõe os bancos ao risco de dívidas irrecuperáveis.
O investidor local olha a alta de 0,78% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) em fevereiro, após ter subido 0,31% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta de 0,55% a 0,91%, mas abaixo da mediana, de 0,82%. Com o resultado anunciado nesta terça, o IPCA-15 registrou um aumento de 1,09% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 4,49%, ante taxa de 4,47% até janeiro.
Já o Boletim Focus trouxe a mediana para IPCA para 2024, que caiu de 3,82% para 3,80%. A mediana da semana passada foi ajustada pelo BC de 3,81% para 3,82%. Para 2025, a mediana oscilou de 3,52% para 3,51%, ambos acima da meta de 3,00%. A projeção para Selic em 2024 segue em 9,00%. Já a projeção para déficit primário em relação ao PIB caiu de 0,80% para 0,78% em 2024, ainda acima da meta fiscal de déficit zero do governo.
Nos juros, o investidor aguarda ainda o leilão do Tesouro de NTN-B e LFT (11h00).
As discussões sobre a reoneração da folha de pagamentos também são monitoradas no mercado. A equipe que faz análise jurídica das medidas do governo está de sobreaviso para arrematar a medida provisória que revogará a reoneração da folha de pagamentos. Apesar disso, apurou o <b>Estadão/Broadcast</b>, ainda não há certeza se será possível o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinar o texto antes da viagem que fará nesta semana. Em velocidade normal, um texto como a da revogação da desoneração demora de um a dois dias para ter a análise concluída e estar pronto para a assinatura do presidente da República – se não houver necessidade de ajustar a proposta.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) ficou estável na passagem de janeiro para fevereiro, mantendo os 97,4 pontos, na série com ajuste sazonal, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça. Em médias móveis trimestrais, porém, o índice avançou 1,4 ponto, a 96,8 pontos.
Às 9h22, o dólar à vista caía 0,19%, a R$ 4,9719. O dólar para março recuava 0,23%, a R$ 4,9735. Entre os Treasuries, o juro da T-Note 10 anos estava a 4,682%, ante 4,716% no fim da tarde de ontem. A taxa da T-Note 10 anos cedia a 4,268%, ante 4,276%.