O dólar à vista avançou 0,10% em relação ao real nesta sexta-feira, 14, a R$ 4,7950, interrompendo a sequência de três dias em queda até a última quinta-feira, 13, mas sem reverter as perdas na semana (-1,46%). Segundo operadores, o ingresso de fluxo estrangeiro manteve a alta da moeda contida, apesar de ganhos mais fortes do índice DXY (+0,22%) e de quedas próximas de 2% nos preços do petróleo.
Esses vetores opostos levaram a divisa americana a oscilar menos de quatro centavos ante a brasileira entre a mínima de R$ 4,7770 (-0,28%), registrada por volta das 10 horas, e a máxima de R$ 4,8148 (+0,51%) observada no início da tarde. No horário de fechamento do mercado à vista, o contrato de dólar futuro para agosto era cotado em R$ 4,8105, em queda de 0,01%, com giro financeiro próximo de US$ 13 bilhões.
"O dólar basicamente circulou entre leves altas e baixas, ora tentando acompanhar a valorização lá fora – onde teve ganhos em relação aos pares e a algumas divisas emergentes e ligadas a commodities -, e ora respondendo a um dia de média procura por risco no mercado internacional", diz o diretor da Correparti Jefferson Rugik. "Existe também um fluxo, porque ele chegou a até R$ 4,81 e, nesses níveis, o exportador entra vendendo."
A moeda americana sustentou alta em relação aos seus pares e a divisas emergentes e de exportadores de commodities – entre elas, o real – durante a maior parte da manhã e o início da tarde, amparada por dados preliminares de sentimento do consumidor dos Estados Unidos maiores do que o esperado em julho e pelo aumento das expectativas de inflação de um e cinco anos do país.
Combinados a declarações mais duras de dirigentes do Federal Reserve (Fed), esses fatores serviram para moderar a queda das expectativas para a trajetória dos juros americanos. Após dados mais fracos de inflação nos EUA, o mercado passou a considerar que o ciclo de aperto do Fed deve acabar após uma última alta de 25 pontos-base no próximo dia 26, o que levou a uma forte desvalorização global do dólar – o DXY caiu abaixo de 100 pontos pela primeira vez em 15 meses – e ao fortalecimento do real nos últimos dois dias.
Para o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, a leve alta do dólar em relação ao real nesta sexta-feira reflete um movimento de realização dos lucros acumulados na semana e o ajuste das expectativas para os próximos passos da política monetária nos EUA. Isso, combinado à queda das commodities, criou um ambiente negativo para o real durante a sessão, afirma.