O dólar sobe ante o real e no exterior e também os rendimentos dos Treasuries longos avançam em manhã de perdas leves entre os futuros de Nova York. O dólar renovou máximas, a R$ 4,8988 (+0,48%) em meio a potenciais ruídos com o Congresso após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua "live" semanal.
O presidente falou em criar ministério da pequena empresa, chave na entrada do Centrão no governo. Afirmou que a maioria dos deputados e senadores não representa o povo trabalhador. O petista também afirmou que no Brasil há pessoas espertas que burlam o Imposto de Renda, ou que conseguem benefícios em projetos votados no Congresso. Além disso, o presidente disse que hoje o Brics é mais forte do que o G7.
Os comentários podem atrapalhar a tramitação da pauta do governo no Congresso, mesmo acomodando o Centrão no governo, disse um operador de câmbio.
Na segunda-feira, 28,, o governo publicou a MP que altera a tributação dos fundos de investimento exclusivos, em edição extra do <i>Diário Oficial da União (DOU)</i>, e o projeto de lei para tributar offshores (com aplicações no exterior, em geral, em paraísos fiscais), foi enviado também ao Congresso, em meio a expectativas pela apresentação do orçamento de 2024 e a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024, até quinta-feira.
Com a agenda do dia fraca – são esperados o relatório de empregos Jolts e a confiança do consumidor do Conference Board, às 11h -, os investidores podem ficar em compasso de espera pelo PIB dos EUA do segundo trimestre , a inflação de julho do PCE e o payroll de agosto, que saem nos próximos dias, e devem nortear a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e as expectativas no mercado para a reunião de política monetária de setembro. Também observam a alta do petróleo e sinais mistos do minério de ferro: fechou em queda de 1,04% em Dalian, a US$ 111,17, mas registrava alta de 0,29% em Cingapura, a US$ 110,50 por volta das 9h10.
O dólar ante o real acompanha os ganhos da moeda americana no exterior frente outras moedas principais e a maioria das divisas emergentes e ligadas a commodities. O euro recua, após dado abaixo do esperado da confiança do consumidor na Alemanha para setembro, que suscita expectativa entre investidores de postura menos dura do Banco Central Europeu (BCE).
Às 9h47 desta terça-feira, 29, o dólar à vista subia 0,32%, a R$ 4,8908. O dólar para setembro ganhava 0,33%, a R$ 4,8925.