O dólar opera em alta no mercado local na manhã desta segunda-feira, 22, após abrir com viés de baixa. O ajuste de alta acompanha a valorização do dólar ante a maioria dos pares emergentes do real e ligados a commodities.
Com a agenda do dia esvaziada, os investidores ajustam posições após a manutenção de juros na China e atentos às apostas em torno do primeiro corte de juros nos EUA neste ano, o que provocou avanço dos rendimentos dos Treasuries e da moeda americana em relação a divisas fortes e emergentes na sexta-feira. No entanto, o ajuste perdeu força em meio à queda dos rendimentos dos Treasuries longos nesta manhã.
A nove dias da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), a precificação de manutenção dos Fed Funds na faixa de 5,25% a 5,50% em janeiro estava em 97,4% por volta das 7h30 de hoje, segundo o CME Group, enquanto as chances de não haver mudança também em março estavam em 56,5%. A maior possibilidade de corte aparece a partir de maio.
Os investidores aguardam decisões dos bancos centrais nos próximos dias, que ajudarão a direcionar o tom de curto prazo no mercado de Treasuries. No radar estão as reuniões de política monetária do Banco do Japão (dia 23), do Banco do Canadá (24) e do Banco Central Europeu (25), antes dos anúncios do Federal Reserve e do Banco da Inglaterra na próxima semana.
No mercado local, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa hoje do programa Roda Viva, da TV Cultura (22 horas), e o presidente Lula sanciona o Orçamento de 2024 (16 horas).
O <i>Broadcast Político</i> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que o presidente Lula deve vetar em torno de R$ 5 bilhões do total de R$ 16,6 bilhões que foram destinados às emendas de comissão na aprovação da LOA.
As discussões em torno da MP da reoneração da folha de pagamentos seguem também no radar. Segundo especialistas em contas públicas consultados pelo Broadcast, caso a MP seja revogada – como mencionou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) -, a equipe econômica terá de incorporar ao Orçamento de 2024 toda a renúncia fiscal gerada pela desoneração, calculada em cerca de R$ 20 bilhões.
No boletim Focus, divulgado mais cedo pelo Banco Central, as estimativas do mercado para o IPCA de 2024 oscilaram de 3,87% para 3,86% e seguem em 3,50% para 2025 e 2026. As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O mercado manteve a expectativa de Selic no atual ciclo de flexibilização em 9,00% ao ano no encerramento de 2024. As projeções para a Selic no fim de 2025 e de 2026 continuam em 8,50%.
Às 9h35, o dólar à vista subia 0,26%, a R$ 4,9395. O dólar futuro para fevereiro ganhava 0,11%, a R$ 4,9440.