O dólar sobe ante o real no mercado à vista, pelo segundo dia seguido. Os ajustes acompanham a ligeira valorização externa da moeda americana frente alguns pares emergentes do real, como peso mexicano e peso chileno, por expectativas de novas altas de juros pelo Federal Reserve (26/7) e Banco Central Europeu (27/7) no fim de julho, e pelo Banco da Inglaterra no início de agosto (3/8). Mas perspectivas de possíveis novos estímulos pelo governo da China amenizam a correção de alta, segundo operador de câmbio.
Os agentes de câmbio avaliam a deflação do IPCA de junho de 0,08%, menor que a esperada por analistas do mercado (-0,10%). O dado não muda as apostas de parte do mercado em corte de 50 pontos-base da Selic na reunião de agosto.
A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,87%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 3,16% até junho, menor que a taxa de 3,94% acumulada nos 12 meses até maio e ligeiramente acima da mediana das projeções de analistas, de 3,14%. As estimativas neste caso iam de 3,05% a 3,23%.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve queda de 0,10% em junho, após uma elevação de 0,36% em maio. Com o resultado, o índice acumulou alta de 2,69% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 3,00%, ante taxa de 3,74% até maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos Estados Unidos, os investidores aguardam dados de inflação, como o CPI amanhã e o PPI na quinta-feira, para chancelar apostas em alta de juros neste mês e possibilidade de ação menos rigorosa do Federal Reserve no restante do ano.
O Banco Central Europeu divulga ata de sua última reunião monetária nesta quinta-feira e, no Reino Unido, o crescimento salarial acima do esperado pode justificar um novo aumento de 50 pontos-base na taxa de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), afirma a ING Economics, principalmente caso os próximos dados da inflação de serviços permaneçam altos.
Em relatório, a consultoria pondera que os dados do mercado de trabalho divulgados hoje mostram que a escassez de trabalhadores está se tornando menos crítica, e isso pode trazer alívio na inflação, embora o BoE esteja focado nos dados do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que será divulgado no próximo dia 19. Na última reunião de política monetária, a autoridade optou por elevar os juros em 50 pontos, a 5%.
Às 9h33 desta terça-feira, 11, o dólar à vista ganhava 0,77%, aos R$ 4,9196. O dólar futuro para agosto subia 0,44%, aos R$ 4,9375.