Os juros futuros adotam viés de alta na esteira do fortalecimento moderado do dólar ante o real na manhã desta quarta-feira, 21, após oscilações dos ativos locais mais perto da estabilidade nos primeiros negócios. As taxas de juros acompanham ainda o viés positivo dos rendimentos dos Treasuries.
Sem indicadores na agenda econômica, os investidores estão em compasso de espera por vários eventos ao longo da sessão, como o depoimento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na Câmara dos Representantes dos EUA (11h), o anúncio da decisão do Copom, por volta das 18h30, e ainda a votação no Senado do arcabouço fiscal e da indicação de Cristiano Zanin para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Os presidentes da Câmara e do Senado e o ministro Fernando Haddad (Fazenda) participam de evento da CNI sobre a reforma tributária.
Vários dirigentes do Federal Reserve falam durante o dia e devem guiar as expectativas sobre os próximos passos banco central americano: Philip Jefferson e Lisa Cook (11h); Austan Goolsbee (13h25), e Michelle Bowman e Loretta Mester (17h). Para o Copom, a expectativa é de manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano e de que a autoridade aponte um viés de baixa para o juro básico no País.
Na terça-feira, 20, o dólar subiu moderadamente, com os investidores já em compasso de espera pelo Copom. Para a MCM Consultores, o Comitê manterá a taxa no nível atual, mas com comunicado "dovish".
"Segue válido o nosso cenário para a política monetária no Brasil, que inclui, a continuidade da taxa Selic em 13,75% na reunião de hoje, um corte inicial da Selic, de 25 pontos-base, no Copom agendado para agosto, e cortes adicionais de 25 pontos-base em setembro, 50 pontos-base em novembro e 50 pontos-base em dezembro", detalha, em relatório.
Na opinião dos economistas da consultoria, o risco de o cenário acima ser frustrado por reduções ainda menores ou até mesmo pela manutenção da Selic no nível atual por mais tempo está associado a eventuais problemas no Congresso, tanto em relação à votação final das novas regras fiscais como quanto ao avanço da reforma tributária.
Lá fora, a libra atingiu mínimas ante o dólar mais cedo, depois de tocar a máxima do dia na esteira do CPI britânico acima do esperado, uma vez que os dados são uma "notícia ruim" para a economia do Reino Unido, segundo a ActivTrades.
"A reação inicial dos mercados levou a libra a ter ganhos, à medida que os investidores, prevendo aumentos nas taxas de juros, impulsionaram a demanda (pela moeda)", diz Ricardo Evangelista, analista da ActivTrades, em nota clientes. No entanto, a libra rapidamente devolveu os ganhos, já que o cenário mais amplo é negativo para a moeda, pondera ele.
Às 9h28 desta quarta, o dólar à vista tinha alta de 0,23%, a R$ 4,8073. O dólar para julho subia 0,28%, a R$ 4,8135. O índice DXY do dólar ante seis divisas fortes tinha alta de 0,10%, a 102,64 pontos.