Estadão

Dólar sobe com exterior após dado forte nos EUA e de rali ante real na semana passada

O dólar retomou a alta registrada na abertura nesta segunda-feira, 17, após recuar à mínima a R$ 4,9008 (-0,29%) no mercado à vista.

O mercado de câmbio ajusta posições compradas, sintonizado à alta do dólar ante moedas rivais e algumas emergentes no exterior em meio a expectativas de continuidade do aperto de juros nos EUA em maio.

Há pouco, a moeda norte-americana ganhou força ante rivais (DXY) lá fora, ecoando também no mercado interno, após o índice de atividade industrial Empire State, que mede as condições da manufatura no Estado de Nova York, subir de -24,6 em março para 10,8 em abril, atingindo maior nível desde julho do ano passado, segundo pesquisa divulgada hoje pela distrital do Federal Reserve em Nova York. O resultado ficou bem acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam avanço do indicador a -15 neste mês.

No entanto, a alta do dólar ante o real é limitada por otimismo com a recuperação da China pós covid e com expectativas de aumento de exportações brasileiras para o maior parceiro comercial do País, além de ingressos de fluxo de capitais no mercado interno. No radar estão os acordos bilateriais assinados entre os governo do Brasil e China, de R$ 50 bilhões, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e com o da Arábia Saudita, de R$ 12,5 bilhões.

Os investidores analisam também o boletim Focus, que trouxe uma piora das expectativas de inflação para 2023 e 2024. A mediana das estimativas para o IPCA de 2023 subiu de 5,98% para 6,01%, e para 2024, de 4,14% para 4,18%.

O BC informou também que a economia brasileira recuou no trimestre finalizado em janeiro, conforme o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br). O Banco Central informou há pouco que o indicador teve queda de 1,28% na comparação com os três meses anteriores (agosto a outubro), pela série ajustada sazonalmente.

Em contrapartida, o IGP-10 teve deflação de 0,58% em abril, de alta de 0,05% em março, em linha com a mediana estimada. E o IPC-S arrefeceu a 0,52% na segunda quadrissemana de abril, após alta de 0,70% na primeira leitura do mês. Em 12 meses, o indicador acumula variação positiva de 3,46%, ante 3,65% na primeira quadrissemana.

As atenções nesta segunda-feira estão na apresentação do texto final do arcabouço fiscal na Câmara e na coletiva com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos (11 horas), para apresentar e explicar os números do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024, enviado na sexta-feira ao Congresso Nacional.

Sobre o arcabouço, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que não haverá dificuldade para a matéria ser aprovada pelo Congresso. Lira prometeu designar relator rapidamente e em duas ou três semanas, no máximo, votar a proposta no Plenário. Lira também disse que não há possibilidade de o Congresso aprovar aumento de impostos. A discussão voltou à tona com a apresentação do arcabouço.

No exterior, há expectativas pela divulgação, no fim da noite de hoje, dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) da China no primeiro trimestre de 2023, assim como o desempenho industrial e do varejo apenas em março. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal estimam que o PIB da China teve expansão anual de 4% entre janeiro e março, ganhando força ante o acréscimo de 2,9% dos três meses anteriores.

Às 9h50, o dólar à vista tinha alta de 0,38%, a R$ 4,9342. O dólar maio ganhava 0,50%, a R$ 4,9430.

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