O dólar segue em alta no mercado local na manhã desta terça-feira, 26, acima dos R$ 4,93, acompanhando a valorização persistente do índice DXY do dólar ante seis divisas principais e viés positivo ante algumas divisas emergentes e ligadas a commodities, como peso mexicano, lira turca e rand sul africano.
Os juros dos Treasuries voltam a recuar, com alta respectiva dos preços, refletindo cautela no exterior com a ampliação de testes e restrições contra a covid-19 em Pequim possam desencadear um lockdown na capital da China. O petróleo se recupera das perdas de mais de 3% ontem e subia mais de 1% mais cedo, mas o minério de ferro caiu 2,95% em Qingdao, na China, cotado a US$ 123,11 a tonelada.
"As medidas de restrição tendem a desacelerar ainda mais a economia chinesa, afetando a perspectiva de recuperação da economia global e a demanda pelos metais", comenta Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos.
Os investidores olham também as projeções de alta para o IPCA neste ano (de 7,46% para 7,65%), em 2023 (de 3,91% para 4,00%) e 2024 (de 3,16% para 3,20%) e ainda a elevação para a taxa Selic no fim deste ano (de 13,05% para 13,25%) trazidas pelo Relatório Focus do BC, publicado nesta terça após três semanas de interrupção por causa da greve de funcionários do Banco Central, que foi suspensa até o dia 2 de maio.
A uma semana do início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio, há consenso de que o BC deve elevar a Selic em 1 ponto, a 12,75% ao ano na próxima semana. Os investidores aguardam, agora, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa da Sessão Solene do Congresso Nacional destinada a comemorar os 105 anos do nascimento de seu avô, o economista Roberto Campos (10h), além do leilão de LFT e NTN-B do Tesouro (11h).
A partir desta quarta-feira, 27, os membros do BC entram em período de silêncio até a quarta-feira da próxima semana, dia 4, quando o Copom anuncia sua decisão de política monetária.
Mais cedo, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou a 0,87% em abril, após registrar alta de 0,73% em março, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, a taxa acumulada em 12 meses pelo índice cedeu de 11,63% para 11,54%. O INCC-M sobe 2,74% em 2022.
Já o Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 4,8 pontos em abril, para 97,7 pontos. O patamar é o maior desde janeiro de 2014, quando o ICST atingiu 97,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador avançou 1,6 ponto, a primeira alta do ano.
Às 9h44 desta terça-feira, o dólar à vista subia 1,21%, a R$ 4,9343. O dólar para maio ganhava 1,10%, a R$ 4,9395.