O dólar segue em alta nesta segunda-feira, 6, após abrir estável, e renovou máxima a R$ 5,0918 (+0,43) no mercado à vista. O analista de mercado da Stonex, Leonel Mattos, avalia que a demanda por dólar pode estar refletindo uma realização de lucros, após perdas do dólar ante o real de 0,91% na semana, em meio à agenda do dia mais fraca e após a queda do PMI de serviços chinês em abril, para 52,5.
"O PMI de serviços na China teve leve desaceleração, piorando expectativas sobre a demanda interna e prejudicando o real", afirma o analista.
Mattos destaca que o ajuste de alta do dólar ante o real é limitado pela valorização de commodities e o superávit primário do setor público de R$ 1,177 bilhão em março, que contrariou a projeção mediana do mercado de déficit primário de R$ 1,70 bilhão.
O mercado de câmbio deve estar cauteloso porque a semana traz uma pauta econômica complicada no Congresso, com impasse ainda sobre a desoneração da folha de municípios e votação de vetos presidenciais, na quinta-feira.
"Os parlamentares devem avaliar o veto parcial do presidente Lula às emendas de comissão e, se for derrubado pelo Congresso, o governo deve ter impacto negativo de R$ 5,6 bilhões no orçamento deste ano", relata o analista.
Além disso, Mattos aponta a votação marcada para esta terça-feira na CCJ do Senado sobre antecipação de crédito suplementar de R$ 15,7 bilhões à União, medida que altera o arcabouço fiscal.
No exterior, o minério de ferro ganhou 2,63% em Dalian, na China, nesta segunda-feira. O petróleo avançava cerca de 0,70% há pouco, após cair em torno de 6% na semana passada.
A Saudi Aramco, estatal petrolífera da Arábia Saudita, anunciou que elevará os preços do petróleo em junho para clientes do noroeste da Europa, da Ásia e do Mediterrâneo, segundo a Dow Jones Newswires. Além disso, é baixa a possibilidade de que Israel e Hamas consigam fechar um acordo de cessar-fogo.
Às 10h18, o dólar à vista subia 0,29%, a R$ 5,0843. O dólar para junho ganhava 0,17%, a R$ 5,0960.