O dólar opera em alta nesta quarta-feira em meio cautela internacionais e com o risco fiscal na transição de governo no País. Os investidores mantêm uma postura mais defensiva diante de preocupações fiscais em meio à transição de governo e também pela valorização do dólar no exterior ante pares principais e várias divisas emergentes e ligadas a commodities.
Lá fora, pesam no sentimento de risco os dados mais fracos que o esperado de inflação ao consumidor e ao produtor na China em outubro, refletindo desaceleração da economia em meio à política de covid zero no país. Com isso, o petróleo recua nesta manhã por incertezas sobre a demanda global.
Na transição, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tem hoje em Brasília encontros com os presidentes da Câmara, Senado, Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ontem à noite, após uma reunião no Congresso com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Celso Sabino (União-PA), afirmou que uma alternativa discutida pela equipe de transição é "excepcionalizar" todo Auxílio Brasil do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação.
E o relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), informou que a reunião marcada anteriormente para hoje com Alckmin para a apresentação da PEC da transição foi cancelada, pois o vice-presidente quer levar primeiro a proposta para Lula.
Na agenda econômica, as vendas do comércio varejista subiram 1,1% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima da mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, positiva em 0,2%, e perto do teto do intervalo das previsões, de alta de 1,4%. O piso era baixa de 0,8%.
Na comparação com setembro de 2021, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 3,2% em setembro de 2022. Nesse confronto, as projeções iam de uma queda de 0,5% a aumento de 3,5%, com mediana positiva de 1,5%. As vendas do varejo restrito acumulam crescimento de 0,8% no ano, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior. Em 12 meses, houve queda de 0,7%.
Às 9h31, o dólar à vista subia 0,91%, aos R$ 5,1885. O dólar para dezembro ganhava 0,64%, aos R$ 5,2070.