O dólar à vista opera em alta na manhã desta sexta-feira, 6, e bateu máxima a R$ 5,0509, enquanto o dólar junho passou a subir, após um viés de baixa na abertura dos negócios. Os ajustes ecoam ainda os aumentos de juros e sinais "hawkish" para a política monetária pelo Federal Reserve, Banco da Inglaterra e Copom.
Nesta sexta, o dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Olli Rehn, disse que a autoridade monetária precisa agir rapidamente com uma alta de juros para combater a inflação, apoiando um fortalecimento do euro e da libra ante o dólar, que leva o índice DXY a cair.
Os investidores olharam mais cedo a desaceleração do IGP-DI de abril a 0,41%, ante alta de 2,37% em março, abaixo da mediana positiva de 0,75%, de acordo com as instituições ouvidas pelo <i>Projeções Broadcast</i>.
Após o comunicado do Copom, no qual o BC sinaliza uma "provável extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude" o mercado ajustou suas apostas para a Selic. Pesquisa do <i>Projeções Broadcast</i> mostra que de 40 instituições financeiras, 30 esperam juros terminais em 13,25%, e outras dez veem uma taxa de 13,5% ou mais. Na última pesquisa, anterior ao Copom de maio, 12 de 51 casas previam Selic de 12,75% no fim do ciclo. Na quarta-feira, dia 4, o Copom elevou os juros em 1 ponto porcentual, de 11,75% para 12,75%, em linha com as estimativas das 54 instituições consultadas pelo <i>Projeções Broadcast</i>.
Também as previsões para a inflação local vem sendo revisadas. O Itaú Unibanco eleva projeção de IPCA 2022 de 7,5% para 8,5% e a de 2023, de 3,7% para 4,2%, mas manteve a projeção de alta de 1,0% para PIB 2022 e de 0,2% para 2023.
Os investidores operam sob expectativas pelo relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, de abril (9h30), e aguardam também falas cinco dirigentes do Federal Reserve durante a sessão: John Willians, de Nova York (10h15), Neel Kashkari, de Minneapolis (12h), Raphel Bostic, de Atlanta (16h20), o diretor Christopher Waller (20h15) e Mary Daly, de São Francisco (21h).
Às 9h20 desta sexta-feira, o dólar à vista subia 0,64%, a R$ 5,0484. O dólar futuro para junho ganhava 0,30%, a R$ 5,0830.