Estadão

Dólar sobe de olho no avanço dos juros de Treasuries, guerra e China

O dólar opera em alta no mercado local por cautela com a subida dos juros longos dos Treasuries e diante da valorização da divisa americana em relação a várias moedas emergentes e ligadas a commodities pares do real, como peso mexicano, peso chileno, lira turca e rand sul africano. Contudo, o índice DXY do dólar ante seis moedas rivais aponta viés de baixa e limita o ajuste positivo inicial.

Investidores operam sob dúvidas com a trajetória dos juros nos EUA e por quanto tempo o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) irá mantê-los em níveis elevados.

Há preocupações ainda com uma escalada da guerra na região do Oriente Médio no fim de semana e após as perdas nas bolsas chinesas aos menores níveis em um ano nesta segunda-feira, 23, após saídas de investimento estrangeiro da China. Além disso, a ação da Foxconn Industrial Internet teve forte baixa em Xangai, depois de a controladora Foxconn Technology Group, um dos maiores fornecedores da Apple, anunciar que está cooperando com autoridades chinesas em investigações.

Nos EUA, em meio ao início do período de silêncio dos dirigentes do Fed que antecede a decisão de juros, no próximo dia 1º de novembro, são aguardados nos próximos dias discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, o PIB e dados do PCE do terceiro trimestre, na quinta-feira, mesmo dia de anúncio da decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE), além da leitura de setembro da inflação americana do PCE, na sexta-feira.

Com a agenda do dia mais fraca, os investidores olham o boletim Focus, enquanto aguardam palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento do Estadão e Bora Investir B3 (15h).

O Boletim Focus apontou ligeira queda na projeção de alta do PIB de 2023, de 2,92% para 2,90%. Também foram ajustadas as projeções para inflação medida pelo IPCA para 2023, de 4,75% para 4,65%; e para 2024, de 3,88% para 3,87%; mas foram mantidas para 2025 e 2026, ambas em 3,50% ao ano. As estimativas para a taxa Selic permaneceram em 11,75% para fim de 2023 e em 9,00% para 2024, além de 8,50% para 2025 e 2026. E para a taxa de câmbio ficaram inalteradas em R$ 5,00 para 2023 e R$ 5,05 para 2024.

O IPC-S acelerou a 0,35% na 3ª quadrissemana de outubro, ante 0,33% na 2ª quadrissemana.

Às 9h36 desta segunda-feira, o dólar à vista subia 0,09%, a R$ 5,0358.

Posso ajudar?