Com o "risco Evergrande" reavivado no mercado internacional, os investidores voltam a buscar posições defensivas e o que se vê é o fortalecimento generalizado do dólar na manhã desta sexta-feira, 24, inclusive no Brasil, onde a divisa acumula alta de 2,66% em setembro. Sem a confirmação de que a gigante chinesa tenha feito o pagamento de juros programado para ontem, os negócios voltam a ecoar temores de um possível colapso da incorporadora.
Mas a sexta-feira é de agenda robusta, com fatores que poderão determinar a dinâmica dos ativos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 1,14% em setembro, após 0,89% em agosto, maior alta para meses de setembro desde 1994. O mercado já esperava uma aceleração da inflação nesse período, mas a taxa ficou no teto das estimativas do mercado financeiro, que tinha como mediana uma estimativa de 1,03%.
No câmbio, a inflação acima do esperado e o consequente aumento nas apostas de aceleração de juros no País exercem pressão de baixa no dólar, em tese agindo para limitar o fortalecimento da moeda. A divisa americana abriu em alta e vem se mantendo no patamar dos R$ 5,34 nos mercados à vista e futuro, alinhada ao cenário de maior cautela no mercado internacional, na esteira das incertezas quanto à solvência da chinesa Evergrande.
Mas as atenções devem se concentrar mesmo é no discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, às 11h, embora os analistas não esperem mudanças no discurso sobre a política monetária da instituição. Também haverá discursos do vice-presidente do Fed, Richard Clarida, e mais três dirigentes da instituição.
Às 9h58 desta sexta, o dólar à vista era negociado a R$ 5,3433, em alta de 0,63%. No mercado futuro, a divisa para liquidação em outubro avançava 0,65%, aos R$ 5,3470. O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes, tinha alta de 0,37%, aos 93,377 pontos, na máxima do dia.