O dólar opera em alta nesta sexta-feira em meio ao recuo do petróleo e minério de ferro e, principalmente, à forte queda do Ibovespa futuro por decepção com o balanço mais fraco da Petrobras e a decisão de não pagar dividendos extraordinários. O Ibovespa futuro caía 1,77% às 9h25, enquanto o ADR da Petrobras perdia 12% no pré-mercado em Nova York. Os ajustes locais contrariam a queda da curva de Treasuries nesta manhã.
No pano de fundo pode estar pesando ainda notícias de que o governo quer discutir com o Congresso um novo limite de gastos no Orçamento de 2024 diante dos recordes de arrecadação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez essa sinalização ontem no anúncio do PAC Seleções, no Palácio do Planalto.
Lá fora, os índices futuros em Nova York exibem apenas um viés de baixa, enquanto o dólar reduziu perdas ante pares rivais, mas sustenta queda ante grande parte das divisas emergentes e ligadas a commodities em meio à espera pelos relatório do mercado de trabalho dos EUA em fevereiro, o payroll, que deve afetar as apostas para o início do corte dos juros americanos neste ano.
A economia norte-americana deve gerar 200 mil postos de trabalho em fevereiro, de acordo com a mediana dos 28 analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Caso se confirme, o resultado marcará desaceleração após as 353 mil vagas geradas em janeiro. Também é esperada desaceleração no salário médio por hora e manutenção da taxa de desemprego. Se isso se confirmar, as apostas de primeiro corte de juros em junho devem ganhar força. Mais cedo, essa probabilidade estava em 74,4%, segundo o monitoramento do CME Group.
Ontem, as bolsas norte-americanas subiram, enquanto o dólar e os juros curtos e médios dos Treasuries fecharam em baixa após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, afirmar, em audiência no Senado, que o BC "não está longe" de estar capacitado para cortar as taxas de juro. Powell reiterou, contudo, que o Fed estava buscando maior confiança de que a inflação está retornando à sua meta de 2%.
Às 9h45, o dólar à vista subia 0,57%, aos R$ 4,9617. O dólar futuro para março ganhava 0,52%, a R$ 4,970.