O dólar opera em alta nesta primeira sessão de julho e de agenda econômica esvaziada. O mercado de câmbio acompanha a valorização predominante da moeda americana no exterior em meio cautela persistente, que se reflete na queda das bolsas e dos retornos dos Treasuries, por temores de recessão nos EUA como consequência da perspectiva de aperto agressivo de juros pelo Federal Reserve para combater a escalada da inflação.
O risco fiscal segue sendo monitorado pelos agentes do mercado. Na noite desta quinta-feira, 30, o Senado aprovou, em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 1) que amplia uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição de outubro. Após a inclusão do auxílio-taxista e os recursos ao Alimenta Brasil, o custo do "pacote do desespero" subiu de R$ 38,75 bilhões para R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior. Agora, o texto vai para a Câmara dos Deputados e o mercado espera para ver se novas benesses serão incluídas na proposta pelos deputados, piorando as perspectivas para as contas públicas.
Mais cedo, nesta sexta-feira, 1, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) acelerou a 0,67% no fechamento de junho, após 0,50% em maio, mas arrefeceu em relação à taxa da terceira quadrissemana, de 0,76%. O indicador acumulou inflação de 10,31% nos 12 meses até junho, maior do que o avanço de 10,28% no período até maio. O resultado mensal veio abaixo da mediana da pesquisa <i>Projeções Broadcast</i>, que previa avanço a 0,72% no mês. As estimativas iam de 0,40% a 0,78%.
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) também subiu 1,4 ponto em junho ante maio, para 98,8 pontos. Com o resultado, o indicador teve um crescimento de 7,0 pontos no segundo trimestre de 2022, após um recuo acumulado de 8,2 pontos nos dois trimestres anteriores.
Às 9h34 desta sexta-feira, o dólar à vista subia 1,19%, a R$ 5,2959. O dólar para agosto ganhava 0,78%, a R$ 5,3365.