O dólar sobe ante o real nesta segunda-feira acompanhando a alta frente algumas divisas emergentes e ligadas a commodities, como peso mexicano, rublo e rand sul africano. Contudo, a perda de força do índice DXY, que rondava a estabilidade mais cedo, limita as correções de alta. O mercado cambial pode ficar volátil e cair, em dia de disputa técnica pela definição da Ptax de hoje, que corrigirá amanhã os contratos cambiais e balanços de empresas. Os comprados (apostaram na alta da moeda) tentam segurar a alta, mas o exterior traz pressão de baixa.
O mercado cambial ajusta-se após avanços das estimativas para a inflação no Relatório Focus e para o IPCA deste ano, que já está acima do teto da meta, enquanto a projeção para o PIB deste ano também segue aumentando. A liquidez esperada deve ser menor hoje, por causa de feriados nos Estados Unidos e Reino Unido, que mantém os mercados em Nova York e Londres fechados. Na sexta-feira, os juros longos e médios fecharam em baixa, mas o dólar subiu.
O resultado do setor público consolidado de abril (9h30) pode ser a boa notícia no dia, uma vez que a mediana estimada pelo <i>Estadão/Broadcast</i> é de R$ 16,500 bilhões, que, se confirmada, seria o melhor resultado desde 2015 (+R$ 18,028 bilhões). Em março, o dado foi superavitário em R$ 4,981 bilhões.
Na pesquisa Focus, a mediana esperada para o IPCA passou de alta de 5,24% para 5,31%. Há um mês, estava em 5,04%. A projeção para o índice em 2022, que já é o foco do BC, foi de 3,67% para 3,68%. Quatro semanas atrás, estava em 3,61%. A projeção dos economistas para a inflação está acima do teto da meta de 2021, de 5,25%. O centro da meta para o ano é de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
A expectativa para a economia este ano passou de alta de 3,52% para elevação de 3,96%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,14%. Para 2022, o mercado financeiro alterou a previsão do PIB de alta de 2,30% para 2,25%. A mediana das previsões para a Selic neste ano foi de 5,50% para 5,75% ao ano.
Mais cedo, novos dados divulgados pela FGV atestaram melhora da percepção interna. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 7,9 pontos em maio ante abril, para 97,7 pontos, maior patamar desde março de 2014, último mês antes da recessão que se estendeu de 2014 a 2016, informou a Fundação Getulio Vargas. A FGV lembra que o índice chegou a alcançar 97,5 pontos em setembro de 2020, mas entrou em seguida numa fase declinante, que se estendeu até março passado. Também o Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 9,8 pontos na passagem de abril para maio, para 93,9 pontos.
Por volta das 9h20 desta segunda-feira, o dólar à vista subia 0,33%, a R$ 5,2301. O dólar futuro para julho, mais líquido a partir de hoje, ganhava 0,09%, a R$ 5,2445.