Estadão

Dólar sobe junto com curva de Treasuries em meio a commodities fracas, Focus e fiscal

Após dois pregões em baixa, o dólar opera em alta ante o real nesta terça-feira, 23, acompanhando os rendimentos dos Treasuries em meio à queda de commodities. O petróleo recuava perto por volta das 9h30 e o minério de ferro fechou em baixa de 1,91% na China.

Os investidores repercutem a piora nas projeções para IPCA, Selic, taxa de câmbio e relação dívida pública-PIB no boletim Focus, após mudança nas metas fiscais dos próximos anos e aumento das incertezas sobre corte de juros nos EUA neste ano e sobre o ciclo total de flexibilização da Selic no país.

Há expectativa ainda pelos dados de arrecadação do governo federal em março (10h30). A expectativa mediana do mercado aponta para ganho real de 7,5%, a R$ 191,10 bilhões, após R$ 186,522 bilhões em fevereiro, segundo o Projeções Broadcast. Há expectativas também pela apresentação dos projetos do Perse, possivelmente hoje, e da reforma tributária ao Congresso, amanhã.

No exterior, após ganhar força com dados de PMIs da região mais cedo, a libra acelerou ganhos contra o dólar, avançando acima de US$ 1,24, em meio a comentários do economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Huw Pill. O dirigente expressou cautela em relação ao cenário macroeconômico do Reino Unido, afirmando que ainda não há "dados substanciais" para justificar alteração da política monetária no momento. Segundo ele, a redução dos juros pode estar mais próxima, mas a persistência da inflação gera riscos e exige manutenção prolongada do nível restritivo.

Com o período de silêncio dos dirigentes do Federal Reserve antes da reunião monetária da próxima semana, os investidores aguardam ainda dados de PMIs dos EUA em março (10h45) e balanços.

Às 9h34 desta terça, o dólar à vista subia 0,15%, a R$ 5,1754. O dólar para maio avançava 0,06%, a R$ 5,1785.

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