Estadão

Dólar sustenta alívio por exterior com China e fiscal no foco antes de Fed e payroll

O mercado de câmbio tenta sustentar o bom humor de sexta-feira, 26. O dólar volta a operar em baixa leve nos primeiros negócios desta segunda-feira, 29, diante de um apetite moderado por ativos de risco em Nova York, onde os rendimentos dos Treasuries têm alívio, assim como a moeda americana, que cede ante pares rivais e várias divisas emergentes e ligadas a commodities.

Em semana com decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na quarta-feira, e divulgações de indicadores do mercado do trabalho dos EUA, principalmente o relatório payroll, na sexta-feira, os investidores repercutem a notícia de que Chengdu, capital da província chinesa de Sichuan, eliminou restrições a compras de moradias.

Contudo, dados fracos do lucro industrial chinês, que sofreu queda anual de 3,5% em março, limitam uma recuperação das divisas emergentes, incluindo o real, assim como as quedas do petróleo e de 0,51% do minério de ferro no mercado chinês.

Hoje também é véspera de definição da última taxa Ptax de abril, e as rolagens de contratos futuros já pode deixar o mercado de câmbio mais instável, principalmente à tarde.

Lá fora, o euro amplia alta frente à divisa americana, após o índice de preços ao consumidor (CPI) da Alemanha subir menos que o previsto pelos analistas ouvidos pela FactSet. No Japão, autoridades financeiras do país intervieram no mercado cambial para sustentar o iene, que vinha se desvalorizando de forma acentuada, segundo fontes com conhecimento do assunto. A moeda japonesa se recuperou com força nos negócios da tarde desta segunda-feira na Ásia, após tocar brevemente nova mínima em 34 anos em relação ao dólar, que ultrapassou a barreira de 160 ienes, em meio à redução de expectativas de que o BoJ volte a elevar seu juro básico no curto prazo.

Aqui, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,31% em abril, após queda de 0,47% em março, e superou o teto das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de 0,26%. A mediana do mercado indicava alta de 0,12% para o índice. Com esse resultado, o IGP-M acumula queda de 3,04% nos últimos 12 meses.

Já o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 1,0 ponto na passagem de março para abril, na série com ajuste sazonal, para 94,8 pontos, informou a FGV. Em médias móveis trimestrais, o ICS recuou 0,3 ponto.

Também são esperados nesta segunda os dados do governo central (10h30), palestra do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o relatório de produção e vendas da Petrobras no primeiro trimestre, ambos após o fechamento dos mercados.

Atenções ficam ainda no julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a desoneração da folha de pagamentos e na tramitação das medidas de regulamentação da reforma tributária na Câmara, entre outras, como a do Perse, no Senado.

Na noite de sexta-feira, o Senado apresentou um recurso no STF contra a decisão do ministro Cristiano Zanin que atendeu ao governo e suspendeu a desoneração da folha de empresas e prefeituras. No recurso, advogados do Senado alegam, inicialmente, que a decisão monocrática de Zanin, submetida ao plenário, não observa os preceitos legais e sequer ouviu o Congresso e a Procuradoria-Geral da República (PGR).

A relatora no Senado do projeto de lei que reformula o Perse, Daniella Ribeiro (PSD-PB), incluirá a correção pela inflação no custo de R$ 15 bilhões dos benefícios até o fim de 2026. A mudança no texto, antecipada pela senadora ao <b>Broadcast Político</b>, deve aumentar o impacto fiscal dos incentivos tributários, em um revés para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Às 9h34, o dólar à vista caía 0,15%, a R$ 5,1084. O dólar futuro para maio recuava 0,30%, a R$ 5,1095.

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