Estadão

Dólar tem alta pontual com dado dos EUA, Powell e Aneel no radar

O dólar virou para cima de forma pontual, com desaceleração paralela da queda no exterior em meio à alta de commodities. Os ajustes desta sexta-feira, 27, são moderados e mostram que os investidores não parecem dispostos a assumir grandes posições diante da expectativa pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, às 11h, durante o simpósio anual de Jackson Hole.

Quaisquer indicações de quando o BC americano poderá reverter as agressivas medidas de estímulo monetário que adotou em reação à pandemia de covid-19 – que somam US$ 120 bilhões/mês na compra de Treasuries e títulos hipotecários – serão acompanhadas de perto. Ainda pela manhã saem o dado de inflação do PCE nos EUA e dados de crédito no Brasil.

Em entrevista à <i>CNBC</i> nesta manhã, O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em Atlanta, Raphael Bostic, disse que a instituição está próxima das condições necessárias para iniciar o chamado "tapering", como é conhecido o processo de gradual redução de compras de ativos financeiros. Bostic mencionou que a inflação dos EUA já está bem acima da meta de 2% do Fed e que houve muito progresso no mercado de trabalho, mas ressaltou que ainda é preciso observar como o emprego se comportará nos próximos meses.

No mercado local, há um compasso de espera pela definição do valor da bandeira vermelha 2 de energia elétrica, que tende a apoiar revisões nas projeções de inflação e trazer mais pressão à alta da Selic em setembro.

O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta manhã a apoiadores que a economia do País "deu uma balançada", mas garantiu que isso já está sendo "consertado". Sobre inflação, disse: "Não quero inflação alta, mas tem coisa que não depende da gente". Por fim, voltou a pedir à população que economize energia elétrica. O mercado também deve monitorar a participação dos presidentes do Banco Central, Roberto Campos, e da Câmara, Arthur Lira, em evento da Febraban.

Mais cedo, o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 1,94% em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de junho foi revista de uma alta de 1,31% para uma elevação de 1,29%.

Às 9h27 desta sexta, o dólar à vista estava estável, após máxima a R$ 5,2577. O dólar para setembro recuava 0,25%, a R$ 5,2580.

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