Estadão

Dólar tem mínima a R$ 4,99 após oscilar com dados dos EUA e com teto de dívida no foco

O dólar reduziu a queda intradia ante o real, à casa dos R$ 5,02 na manhã desta sexta-feira, 26, acompanhando os ajustes no exterior, com o índice DXY diminuindo perdas e os juros dos Treasuries passando a subir após os dados de inflação e atividade dos Estados Unidos. Lá fora, a expectativa por acordo em torno do teto da dívida dos Estados Unidos no curto prazo aumenta após o jornal <i>The New York Times</i> e a <i>Reuters</i> informarem que altos funcionários da Casa Branca e legisladores republicanos estão nos últimos detalhes e redigindo acordo para o teto da dívida.

Três fontes, sob condição de anonimato, afirmaram que o acordo aumentaria o limite da dívida por dois anos, limitando os gastos federais em todas as áreas, exceto militares e veteranos, pelo mesmo período. As autoridades estão correndo para consolidar um acordo a tempo de evitar um calote federal projetado para acontecer em apenas uma semana.

No Brasil, uma entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à <i>Globonews</i> (às 16 horas) desperta atenção entre os investidores.

Também por aqui, os dados do setor externo do País vieram piores que o esperado pelos analistas financeiros. O resultado das transações correntes ficou negativo em abril deste ano, em US$ 1,680 bilhão, informou o Banco Central (BC). Este é o pior desempenho para meses de abril desde 2019, quando o saldo foi negativo em US$ 3,109 bilhões. Em março, o resultado foi superavitário em US$ 286 milhões. O número da conta corrente em abril ficou pior que o piso das projeções do mercado, de déficit de US$ 1,500 bilhão. A mediana apontava para superávit de US$ 50 milhões e o teto era positivo em US$ 4,990 bilhões.

No ano até abril, a conta corrente teve rombo de US$ 13,678 bilhões. Em 12 meses, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 54,208 bilhões, o que representa 2,76% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o maior déficit em proporção do PIB desde fevereiro, quando ficou em 2,84%.

O diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, disse que o mercado ajustou-se aos dados de inflação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA com núcleos mensal e anual acima do previsto e de encomendas de bens duráveis melhores que as projeções dos analistas, à medida que os indicadores norte-americanos reforçam as chances de um novo aumento de 25 pontos-base nos juros dos Estados Unidos em junho.

Porém, segundo ele, o dólar volta a ampliar as perdas ante o real, com as expectativas por acordo em torno do teto da dívida dos Estados Unidos no curto prazo. O fluxo comercial segue positivo, segundo ele.

Logo depois dos dados divulgados, o dólar à vista voltou a acelerar perdas e registrou mínima a R$ 4,9990 (queda de 0,72%).

Às 9h56, o dólar à vista perdia 0,48%, a R$ 5,0105. O dólar junho recuava 0,58%, a R$ 5,0115.

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