A presidente Dilma Roussef (PT) tem uma tarefa nem um pouco fácil. Tirar do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) diretores comprometidos com esquemas de corrupção pode ir muito além do que ela pudesse imaginar, fora o risco de atingir gente muito próxima. Após afastar duas dezenas de graúdos instalados em Brasília e comprar briga com o comando do PR , deve azedar a relação também com parlamentares que apadrinharam os dirigentes do órgão nos estados.
Após a limpa no Distrito Federal, na próxima semana devem começar exonerações de superintendentes do DNIT que estão sob investigação e com problemas de gestão. Desta forma, uma nova onda de insatisfação deve ocorrer, agora da parte dos padrinhos políticos desses gestores o que ir muito além do PR. PMDB, o maior aliado do PT, pode ser o próximo alvo. É certo que, após as denúncias veiculadas na mídia, o Planalto identificou que todas as 23 superintendências têm afilhados políticos em seus comandos, mesmo quando os dirigentes são técnicos. Nesta conta, aparecem apenas 12 sob as asas do PR.
Neste sentido, a presidente Dilma determinou que as ações incluam o superintendente em Santa Catarina, João José dos Santos, indicação da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Há suspeitas de irregularidades nas obras de rodovias que ligam Santa Catarina ao Rio Grande do Sul. Ou seja, a cada dia que passa, a faxina chega mais próxima a nomes importantes do Planalto. Outro que corre sérios riscos é o superintendente no Rio Grande do Sul, Vladimir Casa, ligado diretamente ao próprio PT – já que subiu ao posto por conta de Hideraldo Caron, aquele petista se demitiu da diretoria de Infraestrutura Rodoviária na semana passada .
No Amazonas, terra do ex-ministro Alfredo Nascimento tinha sua gente por lá. Assim como o deputado Inocêncio Oliveira tem em Pernambuco ; o deputado Sandro Mabel em Goiás, e o deputado Wellington Roberto, na Paraíba. Dá para imaginar o estrago que pode ocorrer no momento que todos esses caciques tiverem suas cartas fora do baralho?
Do jeito que a coisa está indo, muito provavelmente irá faltar material de limpeza para que a presidente Dilma consiga terminar sua faxina geral. Talvez, se a Oposição não conseguir se organizar, a operação não siga adiante, deixando boa parte da sujeira embaixo do tapete.
