Os postos de coleta de sangue tiveram uma queda de 30% no número de doadores nos dez últimos dias, segundo a Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan), com sede em São Paulo. Para o gerente médico da Colsan em Sorocaba, Frederico Brandão, a redução acontece em um momento em que os estoques já estavam baixos. "A gente observa que os doadores estão deixando de comparecer por causa da contenção da mobilidade, em função do coronavírus e, também, porque a doença aumentou as restrições para os doadores."
Segundo ele, estão sendo recusados doadores que tiveram contato, nos últimos 30 dias, com casos confirmados ou pessoas suspeitas de terem o coronavírus, e aquelas que apresentaram sintomas da doença. "Se a pessoa declara na entrevista que chegou de uma viagem internacional, nós preferimos não fazer a coleta por ser um fator de risco. Também pedimos para que não compareçam aos nossos postos pessoas que tiveram sintomas gripais nos últimos 30 dias. É importante que o doador esteja em boas condições de saúde."
A Colsan atua na captação e coleta de sangue em 11 postos na capital, região metropolitana de São Paulo e cidades do interior – além de Sorocaba, Santos e Jundiaí. Conforme Brandão, a maioria dos bancos de sangue do Estado está com estoques baixos, já que as demandas aumentaram em razão dos recentes surtos de Influenza e dengue. Ele alerta para a necessidade de acelerar as doações, tendo em vista a antecipação da campanha nacional de vacinação contra a gripe pelo Ministério da Saúde para o próximo dia 23.
Inicialmente, a campanha estava prevista para a segunda quinzena de abril. "A antecipação é bastante oportuna, mas acaba afetando as doações de sangue, pois, conforme o tipo da vacina, as pessoas ficam inaptas para doar por períodos que vão de 48 horas a 30 dias. Por essa razão, estamos pedindo para que os doadores que estejam com boa saúde compareçam aos postos antes de receberem a vacina."
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>