Quem nunca sentiu uma dor específica ou um mal estar e, ao ir ao médico e fazer os exames solicitados, descobriu que o problema tinha origem emocional? Atualmente, a relação entre doenças físicas e emocionais é bastante comum.
Aquilo que, antigamente, ganhava o nome de “histeria”, nos dias atuais, nós chamamos de “estados conversivos”, nos quais o paciente sente dores, desmaios, parestesias ou outros sintomas, sem que nenhum exame laboratorial ou de imagem corrobore a organicidade dos mesmos.
Transtornos de ansiedade, por exemplo, podem causar enjoos, diarreia, palpitações, tremores, tonturas, insônia e até dores estomacais sem diagnóstico de gastrite ou úlcera.
Os problemas emocionais geram excesso da descarga de adrenalina causada por uma disfunção nos neurotransmissores, ocasionando uma psicossomatização, ou seja, os efeitos psíquicos se refletem na parte fisiológica do organismo.
A grande maioria dos problemas emocionais extrapola para a área física, e a psicoterapia, às vezes associada à medicação, é a melhor forma de evitar ou diminuir essas reações.
A junção destas duas formas de tratamento é sempre o mais indicado para os transtornos mentais atuais, sejam eles transtornos de humor, como a depressão ou de ansiedade, sejam eles transtornos bipolares, esquizofrênicos, ou mesmo de personalidade, como de borderline.
Em casos mais graves, como uma depressão severa, o emocional pode levar o paciente ao suicídio, como ocorreu recentemente com o ator Robin Williams. Daí a importância de procurar ajuda de um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou um psiquiatra, ao menor sinal de que algo não vai bem.
Por Dr Fábio Roesler, Psicólogo e Neuropsicólogo da Clínica de Cefaleia e Neurologia “Dr Edgard Raffaeli”, com especialização em Neurofeedback pela INBIO (Instituto Nacional de Biofeedback) e coautor do livro “Personagens ou Pacientes?”, da Editora ARTMED