Dois candidatos a prefeito da cidade de Maravatio, no México, foram mortos a tiros com poucas horas de diferença no início desta semana. Segundo especialistas, as eleições gerais de 2 de junho podem ser as mais violentas já registradas no país.
Os promotores estaduais disseram que Armando Pérez Luna foi encontrado morto a tiros em seu carro, em Maravatio, pouco antes da meia-noite. Ele era o candidato a prefeito pelo conservador Partido da Ação Nacional (PAN). Autoridades do partido governista Morena confirmaram que seu candidato a prefeito, o ginecologista Miguel Ángel Zavala, foi encontrado morto, na segunda-feira, 26, também em seu carro. As campanhas só começam formalmente amanhã.
"Os episódios ilustram o nível extremamente sério de violência e falta de segurança que prevalece antes das eleições mais importantes da história mexicana", escreveu o líder d o PAN, Marko Cortés, nas redes sociais.
O prefeito de Maravatio, Jaime Hinojosa Campa, disse que não foi informado sobre as ameaças contra os candidatos, mas que "tudo apontava para" o crime organizado.
<b>Extorsão</b>
O controle dos cartéis de drogas no México tem se ampliado cada vez mais. Durante as últimas eleições nacionais, em 2021, mais de 30 candidatos foram mortos. O grupo de vigilância Civic Data afirmou, em relatório de janeiro, que "2023 foi o ano mais violento" em sua base de dados. "Tudo sugere que 2024 será pior", disse o grupo. "É provável que as maiores eleições da história também sofram os maiores ataques do crime organizado."
O grupo denunciou ainda que cinco pessoas que pretendiam concorrer a cargos públicos foram mortas no México em janeiro. Em relatório publicado este mês, a Integralia Consultants escreveu que "o crime organizado intervirá como nunca antes nas eleições locais de 2024," porque mais gabinetes de prefeitos estão em jogo e mais cartéis estão envolvidos em guerras territoriais, expandindo seu modelo de negócio muito além das drogas. Uma das fontes de renda dos cartéis mexicanos é a extorsão de empresários e autoridades.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>