O protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio terminou com dois homens presos, quatro agências bancárias depredadas e dois policiais feridos, na noite de sexta-feira, dia 8. Os detidos foram liberados após prestarem depoimento. Até a noite, apenas a prisão de João dos Santos Neto, de 34 anos, tinha sido confirmada.
Uma equipe do Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos deteve Santos Neto dentro de um ônibus, na Avenida Presidente Vargas, após ele atirar pedras contra os agentes. O caso foi registrado na 17ª Delegacia de Polícia, em São Cristóvão. O outro preso foi Wallace de Sá Ribeiro Machado, de 28 anos. Ele estava dentro da estação ferroviária Central do Brasil, cujo saguão ficou tomado pelo cheiro de gás de pimenta por alguns minutos. Machado tem anotações criminais por furto, desobediência e dano ao patrimônio público. O caso foi registrado na mesma delegacia.
O tumulto começou quando os organizadores já se preparavam para o fim do ato contra o aumento das passagens de ônibus. Após o confronto, na Central do Brasil, um grupo de jovens vestidos com roupas pretas e usando máscaras seguiu para a Avenida Rio Branco, no centro, onde deixou um rastro de depredação.
Foram destruídas as vidraças de quatro agências bancárias, do Santander, HSBC, Itaú e Bradesco. Na manhã deste sábado, ainda havia estilhaços de vidro espalhados pelo chão nessas agências. Os clientes dos bancos utilizam a área de autoatendimento normalmente.
No confronto, um cabo da cavalaria da Polícia Militar foi atingido no rosto por um azulejo. Ele está internado no Hospital da PM e deve ser operado na próxima segunda-feira. Outro agente recebeu uma pedrada, mas foi medicado e liberado em seguida.
O protesto foi convocado por entidades estudantis, de trabalhadores e da sociedade civil, além de partidos políticos como o PSOL e o PSTU. A manifestação começou às 17 horas, na Cinelândia, e tinha como principal reivindicação o cancelamento do aumento da tarifa de ônibus no Rio, que subiu de R$ 3,40 para R$ 3,80 no último dia 2.
Os manifestantes caminharam até a Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) e depois partiram para a Central do Brasil, onde duas pistas da Avenida Presidente Vargas foram interditadas, complicando o trânsito no centro.