O dólar à vista cedeu mais 0,75% nesta sexta-feira, 5, e fechou o dia cotado a R$ 3,1695, registrando novo piso do ano. Foi a quarta queda consecutiva da moeda americana, que terminou a primeira semana de agosto com desvalorização de 2,24% frente ao real e com o menor valor desde 21 de julho de 2015.
Entre os fatores que explicam o movimento, segundo analistas, estão as boas notícias dos últimos dias no cenário internacional e um alívio no desconforto dos investidores com o cenário político e fiscal brasileiro. O fluxo cambial positivo e a expectativa de novos ingressos de recursos ao País completaram o quadro que levou ao fortalecimento do real no período.
A manhã foi marcada pela instabilidade, enquanto investidores analisavam o relatório de empregos (payroll), que revelou a criação de 255 mil postos de trabalho nos Estados Unidos em julho, contra previsão de 179 mil vagas.
O dado forte apontou para o aquecimento da economia americana e gerou discussões quanto à oportunidade de o Federal Reserve voltar a elevar os juros. Logo após os dados, o dólar atingiu a mínima intraday, de R$ 3,160 (-1,05%), refletindo apostas em um Fed ainda cauteloso e manutenção do fluxo para emergentes. Depois a moeda, enfrentou volatilidade e, com a queda dos preços do petróleo, foi à máxima do dia, de R$ 3,1981 (+0,14%), antes de voltar a cair.
O Banco Central voltou a ofertar seus 10 mil contratos de swap cambial reverso (equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro), em valor corresponde a US$ 500 milhões. Operadores afirmaram que a operação contribuiu para a pressão de alta, mas com efeito bastante pontual.
Parte importante da melhora do ânimo dos investidores, que incentivou a desmontagem de posições compradas, decorreu do trabalho feito pelo governo para desfazer o mal estar dos investidores, que começaram a semana colocando em dúvida a capacidade do presidente em exercício, Michel Temer, avançar com as medidas de ajuste.