Economia

Dólar à vista cai 1,07% após estímulos à economia da China

O anúncio de novos estímulos à economia chinesa conduziu nesta sexta-feira, 23, a queda do dólar ante o real. A moeda americana cedeu em todo o mundo ante as divisas de emergentes ou exportadores de commodities e, no Brasil, chegou a cair mais de 1%. Só que o mal-estar gerado pelo rombo fiscal do País fez com que a divisa à vista terminasse com queda menor, de 1,07%, aos R$ 3,8840.

O dólar à vista oscilou entre a mínima de R$ 3,8660 (-1,53%), às 9h22, logo após o anúncio da China, e a máxima de R$ 3,9270 (+0,03%), às 11h25. No mercado futuro, que fecha apenas às 18 horas, o dólar para novembro tinha nesta tarde baixa de 0,54%, aos R$ 3,8990.

Perto das 9 horas, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou corte de 0,25 ponto porcentual em suas taxas de juros de empréstimos e depósitos de um ano, para 4,35% e 1,50%, respectivamente. Foi o sexto corte de juros anunciado pelo PBoC desde novembro do ano passado.

Além disso, o BC chinês removeu o limite sobre as taxas de depósitos para bancos comerciais e cooperativas rurais, em um movimento em direção à liberalização dos juros. O PBoC cortou em 0,5 ponto porcentual, para 17,5%, a proporção de reservas compulsórias dos bancos – o montante que as instituições, obrigatoriamente, precisam deixar depositado na autoridade. Com isso, o BC eleva a capacidade dos bancos de fazer operações de crédito, o que é um estímulo adicional à economia.

Passada a euforia inicial com as medidas da China, parte do mercado passou a ponderar que os novos estímulos sugeriam que a desaceleração econômica do país pode ser pior que o projetado. Isso fez o dólar retomar um pouco de força no exterior e, inclusive, passar a subir ante várias divisas. No Brasil, a moeda americana tocou pontualmente o território positivo, mas rapidamente voltou a cair.

O recuo visto à tarde, no entanto, não foi tão intenso, mesmo porque os investidores se voltaram para o ambiente interno. No foco, estiveram os receios com o rombo fiscal do País, que pode se aproximar dos R$ 76 bilhões em 2015 conforme alguns cálculos. Mas alguns outros números que são citados indicam um buraco próximo de R$ 100 bilhões.

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