O ambiente de maior apetite ao risco que tem marcado este início de ano teve novo impulso nesta quinta-feira, 11. O dólar se desvalorizou frente a outras moedas fortes e também às de países emergentes e ligados a commodities. A alta do petróleo no mercado internacional contribuiu para este cenário. Com isso, a divisa americana caiu ante o real pelo segundo dia seguido, para o patamar de R$ 3,21, o menor em 2018 e o mais baixo desde 28 de novembro de 2017.
O dólar firmou-se em baixa após a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) americano de dezembro (-0,1%). O dado contrariou as expectativas dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, que previam alta de 0,2% no período. O núcleo do indicador também recuou 0,1%, ficando abaixo da previsão de alta de 0,2%. Esta foi a primeira vez desde agosto de 2016 que o PPI registra deflação.
A leitura dos investidores é de que, com a inflação fraca, fica mais difícil o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) acelerar a alta dos juros. Na sexta-feira, será divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) americano de dezembro que, se também vier fraco, pode desencadear nova rodada de desvalorização do dólar.
A moeda americana já vinha perdendo valor principalmente ante o euro, depois que o Banco Central Europeu (BCE) divulgou a ata de sua última reunião, realizada em dezembro. O documento mostrou que os dirigentes da autoridade monetária avaliaram que as diretrizes da instituição – que incluem o programa de compra de ativos – podem mudar neste início de ano caso a economia da zona do euro continue em expansão. Como consequência, a moeda europeia foi às máximas e os juros dos bônus europeus apresentaram forte avanço.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,61%, a R$ 3,2156, no menor patamar desde 28 de novembro de 2017 (R$ 3,2131). O giro foi de US$ 1,180 bilhão. Na mínima, alcançou R$ 3,2136 (-0,67%) e, na máxima, R$ 3,2372 (+0,06%). No mercado futuro, o dólar para fevereiro terminou em queda de 0,43%, a R$ 3,2235. O volume foi de US$ 16,015 bilhões. Na mínima, chegou a R$ 3,2210 (-0,51%) e, na máxima, R$ 3,2455 (+0,25%).