Depois de figurar no campo negativo durante boa parte da sessão, o índice Dollar Index – que mede a força do dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos – inverteu a tendência e passou a subir. Isso fez com que o dólar à vista reduzisse as perdas no mercado doméstico.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,29%, a R$ 3,2207. O volume foi de US$ 1,153 bilhão. Na mínima, chegou a R$ 3,2147 (-0,48%) e, na máxima, a R$ 3,2364 (+0,08%).
“As chamadas divisas de reserva, tais como o euro e o iene, se apreciaram bastante ante o dólar nos últimos pregões, e isso fez com que os investidores dessem início a um movimento de realização nesta segunda-feira”, afirma José Raimundo Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos. Em novembro, até o dia 27, o euro teve uma valorização de 2,21% ante o dólar, enquanto, no acumulado de 2017, o porcentual chegou a 13,19%.
Foi, portanto, o cenário externo que balizou a oscilação da moeda americana no mercado doméstico. Segundo Faria Júnior, a cotação do dólar à vista está andando de lado, sem conseguir romper a faixa de R$ 3,20 a R$ 3,25. “No entanto, essa banda deve ser rompida em caso de aprovação da reforma da Previdência, pleiteada pelo governo brasileiro. Outra força importante que pode puxar a cotação do dólar (ante o real) para baixo é a estratégia que o Banco Central pode adotar para rolar os mais de US$ 9,6 bilhões de contratos de swap cambial, que vencem em 2 de janeiro de 2018”, afirma Faria Júnior.
Nos próximos dias, o investidor deve ficar atento à agenda externa, que inclui a possível confirmação, pelo Senado dos EUA, de Jerome Powell para a presidência do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Já no mercado doméstico, o que deve pautar a volatilidade do câmbio é a articulação para a aprovação da reforma da Previdência. “Por enquanto, os investidores estão à espera de novidades para definir se estão mais otimistas ou pessimistas com a pauta”, diz Cleber Alessie Machado Neto, operador da H.Commcor. “É uma linha tênue.”