O dólar caiu nesta quinta-feira, 30, pela terceira sessão seguida ante o real, aos R$ 3,2105 (-0,83%) no mercado à vista, e encerrou o dia no menor nível desde 21 de julho de 2015, a R$ 3,1680. No período de três dias, a perda foi de 5,35%. Como resultado, houve baixa acumulada de 11,09% em junho, a maior queda mensal desde abril de 2003, quando cedeu 13,15%.
Declarações do secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Daniel Godinho, de que, por enquanto, a taxa de câmbio não está atrapalhando as exportações pesaram no dólar à vista. Além disso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, enfatizou que compete ao BC definir a estratégia para a convergência da inflação à meta de 4,5% em 2017.
Em conjunto, os comentários das autoridades foram interpretadOs no mercado como sinais de manutenção da Selic por período prolongado e de que o dólar pode continuar fraco em razão da possibilidade de novos fluxos de recursos estrangeiros, o que favoreceria o objetivo da autoridade monetária.
O desempenho negativo do dia resultou ainda da pressão derivada da disputa técnica, pela manhã, em torno da formação da última taxa Ptax de junho, disse o operador José Roberto Carreira, da Fair Corretora. A Ptax de hoje, que fechou em R$ 3,2098 (-1,04%), será usada amanhã para a liquidação do dólar julho e os ajustes dos contratos cambiais com vencimento futuros assim como dos balanços corporativos trimestrais.
No exterior, a percepção é de liquidez elevada e possíveis estímulos monetários, em resposta ao Brexit, que podem ajudar na entrada de recursos em países emergentes, como o Brasil. Hoje, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Mark Carney, realimentou essa aposta ao declarar que poderá haver “algum relaxamento monetário” em agosto.
O dólar futuro para agosto recuou 0,23%, aos R$ 3,2405, com giro financeiro de cerca de US$ 23,752 bilhões. No mês de junho, a queda acumulada foi de 11,79%.